Que o Vasco vive problemas financeiros graves não é nenhuma novidade. Mas a crise provocada pela pandemia do novo coronavírus está fazendo o clube carioca depender ainda mais da venda de um jogador para equilibrar as contas neste ano.
Do elenco atual, quem está mais perto de ajudar o Cruzmaltino a reforçar o caixa é Marrony. Segundo o 'Globo Esporte.com', o Atlético-MG já teria aceitado desembolsar 3,5 milhões de euros (cerca de R$ 20 milhões) pelo atacante. Mineiros e cariocas, porém, ainda discutem de que forma o pagamento será parcelado.
A diretoria vascaína ainda não descartaria negociar alguma de suas revelações, como Talles Magno, Ricardo Graça ou Andrey, desde que uma boa proposta chegue. Mas outra esperança de momento é lucrar a partir de transferências de crias de São Januário que hoje estão em outras equipes.
No Brasil, estes são os casos do meia-atacante Mateus Vital, hoje no Corinthians, e do zagueiro Luan, que está no Palmeiras. O Vasco teria direito a 18% de uma eventual negociação do primeiro e a 40% do segundo.
Vital chegou a ser especulado na Roma no ano passado, mas o negócio não aconteceu. Recentemente, o italiano Federico Pastorello se tornou empresário do jogador, que assim pode chamar mais a atenção no mercado europeu.
Luan, por sua vez, também teve o nome vinculado a times como Betis e Porto em 2019, mas permaneceu no clube paulista. Neste momento, o Galo e o Bahia estariam interessados pelo campeão olímpico - mas o querem por empréstimo, o que não ajuda o Vasco.
O Cruzmaltino também está atento a ex-jogadores que estão na Europa - por ter direito a uma porcentagem das vendas como clube formador. O mais famoso é Philippe Coutinho, que já rendeu mais de R$ 15 milhões aos cariocas quando trocou o Liverpool pelo Barcelona - e agora deve ser negociado novamente.
Outros dois nomes que podem render dinheiro ao Vasco são o volante Allan, do Napoli, e o atacante Evander, do Midtjylland, da Dinamarca. O primeiro estaria na mira do Everton, da Inglaterra, enquanto o segundo pode pintar no Porto segundo recentes rumores.
Faltou um Paulinho
No fim de abril, o Vasco anunciou que teve um déficit de R$ 5 milhões em 2019, ano em que alavancou o número de sócio-torcedores e também melhorou a situação em questões como patrocínios e licenciamentos.
O resultado poderia ter sido positivo se o clube tivesse conseguido uma boa venda - como a de Paulinho, negociado no ano anterior com o Bayer Leverkusen por 18,5 milhões de euros (cerca de R$ 76 mi na época).
Segundo informou o 'Blog do Rodrigo Capelo', a receita de transferências de atletas do Cruzmaltino caiu de R$ 86 mi em 2018 para R$ 7 mi em 2019, descontadas comissões para intermediários e repasses para terceiros
Neste cenário - e já considerando o rescaldo de dívidas do passado -, o Vasco segue convivendo em 2020 com problemas como atraso de salários e direitos de imagem dos jogadores. Para completar, veio a pandemia do novo coronavírus, que levou a diretoria a demitir 50 funcionários do clube, dentre outras ações.
"Todos os clubes estão precisando readequar esse cenário, com corte de custos de fornecedores ou salários. Mesmo os clubes mais organizados estão precisando readequar. Vai haver uma redução de receita grande em 2020. Aqueles que não tomarem as medidas necessárias, simpáticas ou não, vão ter maior dificuldade", disse o presidente Alexandre Campello na ocasião.
O vascaíno, assim, já pode ir se preparando para se despedir de Marrony ou de algum outro destaque do atual elenco. Além disso, vale ficar na torcida para que algum prata da casa que já deixou São Januário troque de clube novamente.