O Flamengo dificulta a vida de adversários jogo após jogo, desde a chegada do técnico Jorge Jesus, neste segundo semestre de 2019. E faz o mesmo, também, com quem conta a história de sua impressionante campanha no Brasileirão. Afinal de contas, se todo jogo tem gol de Gabigol e há oito partidas consecutivas o time só ganha no certame nacional, é necessário buscar uma forma de não ser tão repetitivo.
Nesta quarta-feira (25), a vítima da vez foi o Internacional – mesmo time batido pelos cariocas no caminho que os levou até a semifinal da Libertadores da América. O Colorado jogou boa parte do confronto, disputado no Maracanã pela 21ª rodada, com menos dois: Bruno foi expulso após cometer pênalti em Gabigol, que abriria a contagem em sua batida. Mais uma vez, teve gol de Gabigol.
Na reta final antes do intervalo, Paolo Guerrero também recebeu o cartão vermelho, mas no início da segunda etapa Edenílson ainda conseguiu empatar para os gaúchos. Só que a desvantagem numérica cobrou seu preço, já que tendo mais espaços para criar, o Rubro-Negro viu seus jogadores decisivos seguirem aparecendo.
Rafinha e Gerson foram tão leões quanto criadores, e Everton Ribeiro continuou participativo na criação de jogadas – criou sete oportunidades para seus companheiros, seu recorde particular dentro do Maracanã neste Brasileirão. Mas quem apareceu para encaminhar de vez a vitória foi Giorgian De Arrascaeta.
O uruguaio fez o segundo gol, aproveitando bom passe de Rafinha, para recolocar o Rubro-Negro em vantagem, e aos 74’ seguiu o costume de servir seus companheiros, dando a assistência para Bruno Henrique sacramentar o 3 a 1 que mantém o Flamengo isolado na primeira posição da Série A, com 48 pontos.
A noite dentro do Maracanã anunciou oficialmente um Arrascaeta pronto para fazer história no Brasileirão: o camisa 14 chegou a 32 tentos anotados na Série A (10 pelo Fla e 22 em sua época pelo Cruzeiro), superando o compatriota Pedro Rocha, craque que desfilou seu talento no Brasil na década de 70, como maior artilheiro uruguaio em nosso principal certame.
Mas Arrascaeta também igualou o número de participação diretas em gols (18) que teve no Brasileirão de 2016, sua melhor temporada até então no torneio. Naquele ano, o meia acumulou nove assistências e o mesmo número de gols anotados pelo Cruzeiro. Contra o Inter, ele deu o oitavo passe para gol e marcou o seu décimo.
Surpreenderia se não fosse um padrão neste Flamengo, onde praticamente todos os jogadores estão conseguindo render o que jamais conseguiram em suas carreiras. Também nesta quarta (25), Gabigol (18 tentos) e Bruno Henrique (8) igualaram, com a temporada ainda em curso, suas melhores marcas goleadoras em toda uma campanha na Série A.