Duas vezes campeão da Champions League pelo Real Madrid (1999-2000 e 2001-2002) e treinador que levou a Seleção Espanhola aos triunfos da Eurocopa e Copa do Mundo, Vicente Del Bosque teve uma carreira recheada de títulos importantes. E agora que já está aposentado da função, pode falar de maneira mais relaxada sobre o futebol.
Em entrevista para a 'Radio Marca', o ex-treinador falou sobre a sua relação com o Real Madrid, Cristiano Ronaldo, Zidane, o fracasso na Copa do Mundo de 2014 e muitas outras coisas. Para começar a conversa, garantiu o seu carinho pelo Real Madrid – que foi colocado em dúvida por alguns setores da imprensa espanhola.
“Os que questionam o meu madridismo estão influenciados, induzidos. Vão plantando, plantando e criam essa dúvida”, explicou Del Bosque, que além de títulos como treinador também acumulou troféus em dez anos defendendo a camisa 'merengue' como jogador, entre as décadas de 70 e 80.
Perguntado a respeito de Zidane, com quem conquistou a Champions League em 2002, Del Bosque elogiou a habilidade com que o francês conseguiu lidar com os egos dentro do vestiário: “Hoje em dia os jogadores são pouco generosos e se o treinador consegue corrigir isso a equipe fica mais forte”, avaliou. “Ele tem um elenco grande e conhecimento”.
A respeito de Cristiano Ronaldo, o espanhol reconheceu que o atual melhor jogador do mundo é também um dos maiores de toda a história madridista. No entanto, é impossível afirmar se está ou não no topo. Principalmente em um clube que colecionou craques ao longo de diferentes épocas.
“Cada jogador teve sua época no Real Madrid. Cristiano está entre a nata, assim como Gento, Raúl...”, seguiu Del Bosque, que ao falar do fracasso espanhol na Copa do Mundo de 2014 disse não ter se arrependido de não ter entregado o cargo logo após ter sido campeão mundial quatro anos antes.
“As pessoas me diziam que tinha que ter saído depois da África do Sul, mas aí não teríamos conquistado a Eurocopa. Se tivesse ficado no Madrid, talvez teríamos ganhado mais copas da Europa. No final das contas, é impossível falar”.