Contratado por quase 400 milhões de reais, as expectativas em Ousmane Dembélé eram altas por parte dos torcedores do Barcelona. Afinal de contas, o francês chegou ao clube catalão para ser o substituto de Neymar, além de ter se transformado na segunda transferência mais cara da história do futebol, naquele momento.
Dois anos depois, o ponta ainda não conseguiu mostrar seu futebol: além de não ter tido espaço como titular, em várias ocasiões, Dembélé já tem um vasto histórico de lesões pelo Barça. Nesta temporada, por exemplo, o francês tem apenas nove jogos, com só um gol marcado.
Contra o seu ex-clube Borussia Dortmund, pela Liga dos Campeões, nesta quarta-feira, a história foi a mesma: tinha deixado Griezmann no banco, vinha com expectativa, mas saiu lesionado e ficará fora até 2020, com uma lesão muscular, a sétima desde sua chegada ao Barcelona.
Isso era um de seus pontos fortes antes do francês chegar ao Barça: ele nunca se machucava. Pelo Rennes e pelo Borussia, Dembélé não havia perdido um jogo sequer por lesão. Pelo Barcelona, já perdeu 46, sem contar a lesão atual.
Só neste ano de 2019, já é a quinta lesão muscular do francês, ao passo que no período quando atuou por Rennes e Borussia, não sofreu nenhuma contusão do tipo. Tanto pela equipe francesa quanto pela alemã, Dembélé atuou em 96% das partidas enquanto estava no elenco profissional. No Barça, só em 54%.
As razões por esse alto número de lesões podem ser muitas: depois da contusão sofrida contra o Borussia, muitos nomes da imprensa espanhola acusaram Dembélé de não conduzir sua carreira de maneira profissional. É claro, isso é possível, mas até que ponto uma equipe do tamanho do Barcelona não sabe que um de seus maiores talentos é propenso à lesões e tem que receber um tratamento especial?
Outra razão apontada pela mídia espanhola é sobre seu esforço físico ser muito maior no Barcelona de Valverde, já que o francês constantemente recua marcar no campo defensivo, enquanto que em seus clubes anteriores, Dembélé podia jogar livre, só tendo tarefas ofensivas.
Sendo assim, clube e jogador tem que ter responsabilidade: precisam realizar alguma programação especial, para impedir que o enorme talento de Dembélé não seja desperdiçado pelas lesões, como já aconteceu com tantos craques na história do futebol.