Em 2006, o Brasil ia para a Copa do Mundo com um time recheado de estrelas, mas após uma preparação que acabou virando um circo em Weggis, pequena cidade da Suíça, a seleção acabou eliminada para a França nas quartas de final. Assim, a CBF considerou que faltou comando na comissão técnica, demitiu o treinador Carlos Alberto Parreira e contratou Dunga, que estreava como técnico.
Desde então, o capitão do tetra já ficou quase oito anos como treinador, mesmo que por apenas dois times diferentes. Amado por alguns e criticado por muitos, fez boas campanhas na seleção brasileira, mas não conseguiu o tão sonhado hexa. Especulado no Corinthians, segundo o comentarista Neto, pode voltar aos gramados como técnico da equipe paulista.
A primeira "Era Dunga" na seleção
Talvez a sua passagem mais marcante como técnico no futebol tenha sido a sua primeira estadia na seleção brasileira. Após a eliminação na Copa do Mundo de 2006, a CBF apostou no capitão de tetra para recolocar as coisas em ordem na bagunça que era a canarinho... e acabou recebendo mais que a encomenda.
Foram momentos tumultuados: o treinador teve muito sucesso nos resultados, mas era muito cornetado pela escolha de alguns atletas - Afonso Alves, do Heerenveen, ficou marcado como ponto negativo -, pelo futebol menos ofensivo e por algumas de suas teimosias. Ainda assim, ganhou a Copa América de 2007 com certa facilidade e vitória histórica de 3 a 0 sobre a Argentina, com um Robinho inspiradíssimo.
O fracasso com a seleção olímpica nas Olimpíadas de 2008, em Pequim tornou a situação mais difícil, mas Dunga conseguiu retomar a confiança, teve um 2009 muito bom e se classificou para a Copa do Mundo de 2010 como um dos favoritos.
Mesmo tendo um grupo menos talentoso que em outras Copas, formou uma boa base e contava com um time titular muito sólido. Prestigiado, bateu de frente até com a TV Globo, com direito a xingamentos ao jornalista Alex Escobar.
As críticas de parte da imprensa e da torcida se intensificaram após a convocação para a Copa do Mundo de 2010: Dunga deixou Neymar e Paulo Henrique Ganso, que faziam parte de um time histórico do Santos, de fora, mas convocou jogadores questionados como Kléberson, Josué, Júlio Baptista e Michel Bastos.
Ao contrário do que aconteceu em 2006, a preparação foi fechada e levada com seriedade, mas o final foi o mesmo: o time começou muito bem, contando com Elano, Kaká, Luís Fabiano e Robinho muito bem, com uma defesa sólida e Felipe Melo dando proteção à área. Saiu na frente contra a Holanda, nas quartas de final, mas tomou o empate e a virada em erros individuais de Felipe Melo e do goleiro Júlio César.
Dunga, então, foi demitido depois de uma passagem de mais altos do que baixos, que pareceu muito promissora em alguns momentos e fez o treinador ser mais bem cotado no mundo de futebol.
Fracasso no Internacional
July 20, 2014
Depois de ser especulado no Al-Rayyan, do Qatar, e no São Paulo, Dunga acertou com o Internacional, onde fez história como jogador, no final de 2012. O Colorado vinha de uma temporada muito decepcionante, tendo terminado em 10º lugar no Brasileirão e caído nas oitavas de final da Copa Libertadores.
Com um elenco de peso e vários jovens promissores, o time apostava suas fichas no Brasileirão, já que não iria jogar a Copa Libertadores. A era Dunga até começou bem, com título gaúcho e vitória em praticamente todos os Gre-Nais, mas esbarrou em algumas limitações...
Com o Beira-Rio em obras para a Copa do Mundo de 2014, o Inter teve que jogar todas as suas partidas longe de sua casa, em Caxias do Sul ou em Novo Hamburgo. O capitão do tetra conseguiu "arrumar o vestiário" e contou com apoio de líderes do elenco como D'Alessandro, mas foi muito instável no Brasileirão.
A campanha começou muito bem, com o Colorado logo assumindo a ponta, mas a perdendo com uma derrota por 3 a 0 para o lanterna Náutico. Um clima de instabilidade, então, se instaurou: o Inter alternava bons jogos com empates ruins com times que estavam brigando no Z-4.
Após a pausa para a Copa das Confederações, o time não encaixou mais, foi perdendo o fôlego e opções: dependia quase que exclusivamente de D'Alessandro, e sofria com lesões, suspensões e convocações. Depois de uma sequência de quatro derrotas consecutivas, no começo do mês de outubro, Dunga foi demitido do Internacional, até hoje, sua única passagem por um time brasileiro.
Segunda passagem pela seleção
Se a primeira "era Dunga" teve muitos bons momentos, a segunda não foi lá essas coisas. Após o vexame na Copa do Mundo de 2014, Felipão foi demitido - com Dona Lúcia, 7 a 1 e tudo mais - e Dunga retornou à seleção brasileira.
Desde o início, contou com a desconfiança da torcida, ressentida pelo fracasso na Copa de 2010, e de parte da imprensa - que queria um técnico estrangeiro após a eliminação vexatória em 2014.
Foi o ápice da "Neymar-dependência": se o treinador deixou de convocar o garoto, ainda no Santos, em 2010, contava com o craque para decidir suas partidas de 2014 a 2016. Sem conseguir os mesmos bons resultados que marcaram sua primeira passagem, foi eliminado nos pênaltis na Copa América de 2015 pelo Paraguai, e na fase de grupos em 2016.
Assim, logo foi demitido para ser substituído por Tite, que brilhava no Corinthians. Desde então, está parado no mercado.
Quais títulos Dunga já conquistou como técnico?
Mesmo tendo passado por poucos times, Dunga já tem algumas conquistas como treinador. São elas:
Seleção Brasileira
- Copa América: 2007
- Copa das Confederações: 2009
- Superclássico das Américas: 2014
Internacional
- Taça Piratini: 2013
- Taça Farroupilha: 2013
- Campeonato Gaúcho: 2013