Antes do jogo contra a Chapecoense, uma das esperanças do Palmeiras era a dupla Moisés e Guerra no meio-campo. Eles tinham atuado pouco tempo juntos na temporada, mas finalmente tiveram condições de formar uma parceria desde o início da partida. E foram mal. A Chapecoense venceu por 1-0 em um jogo que a armação de jogadas do Palmeiras foi muito deficiente.
Moisés foi quem esteve pior. Acertou só 75% dos passes que tentou e criou apenas uma chance para finalização. Também errou todos cruzamentos que tentou e não acertou sequer um chute no gol.
Já Guerra foi um pouco melhor nos passes, com 85% de acerto e duas chances de gol criadas. Mas também errou os três cruzamentos tentados. E o venezuelano participou menos do jogo, com menos toques na bola que Moisés (101 a 88) e nenhum chute arriscado.
Isso não significa que a dupla Moisés e Guerra não pode dar certo. Pelo contrário: Cuca precisa insistir nela para que eles criem entrosamento e consigam render tudo que podem juntos. Faltou esse conhecimento na partida.
Mas há um fator na escalação de Cuca que também atrapalhou, a presença de Thiago Santos. Como ele é um volante muito fixo, ficou responsável pela saída de bola muitas vezes. E Moisés e Guerra avançaram para receber o passe em um segundo momento. Mas o ideal é que eles comecem as jogadas, afinal são mais técnicos e criativos.
No ano passado, Cuca escalava Tchê Tchê como primeiro volante nos jogos em casa. Isso funcionava porque ele tem um passe melhor e reveza com Moisés essa função de entrar na área, o que desestabiliza a marcação adversária e gera um fator surpresa. Contra a Chapecoense, durante o segundo tempo, o time melhorou quando Tchê Tchê entrou no lugar do Thiago Santos.
Na próxima partida, um clássico contra o São Paulo, o Palmeiras jogará no Allianz Parque. Cuca terá que mostrar coragem para escalar um meio-campo com Tchê Tchê, Moisés e Guerra. Mas a partida contra a Chapecoense mostrou que essa pode ser uma solução de verdade para o meio-campo do 'Verdão'.