Algumas frases definitivamente ficam marcadas no futebol. E Paulo Dybala, atacante da Juventus, sabe bem disso. Companheiro de Lionel Messi na seleção argentina, o camisa 10 da Velha Senhora afirmou, em 2017, que era difícil jogar ao lado do seis vezes melhor do mundo. Como não podia ser diferente, a declaração gerou uma polêmica gigante e repercute até hoje.
E depois de quase três anos da declaração, Dybala reconhece que poderia ter colocado a questão de uma maneira diferente. Contudo, o jogador de 26 anos afirma que não houve maldade em sua fala e que muitas pessoas se aproveitam de situações como essa para criar problemas onde não existe.
“Penso que, depois de tanto tempo, talvez eu pudesse ter dito aquilo de forma diferente. Mas não havia nenhuma intenção ruim da minha parte e sim das pessoas que queriam ver de maneira diferente. Se vamos conversar sobre futebol não vou me sentar para criticar um colega. Se vamos falar sobre futebol e querem me criticar, podem ir em frente”, disse o argentino ao AFA Play, site da Associação de Futebol Argentino.
Mas Dybala reitera que sua intenção nunca foi criticar o camisa 10 do Barcelona. A grande questão envolve o posicionamento dos dois jogadores, que são canhotos e gostam de cair pelo lado direito do campo, carregando a bola para a faixa central para encontrar espaços entre as linhas de marcação. Mas ele também deixou claro que, se alguém deve se mudar seu estilo de jogo, com certeza é ele e não Messi.
“Eu até conversei sobre isso com Leo. O que eu quis dizer é que é normal que muitas vezes nos encontremos na mesma posição. Porque joguei cinco anos naquela posição em que ele joga há quinze anos no Barcelona. Nos sentimos à vontade lá, na mesma posição. Então o melhor é trabalhar nisso para me adaptar. É óbvio que eu tenho que mudar e procurar os espaços onde ele não está”.
E depois de tanto tempo jogando juntos, Dybala conta que a situação dentro de campo já está melhor. Ele também revela que Scaloni, técnico da seleção da Argentina, vem ajudando nesse processo.
“Foi o que aconteceu no Brasil (na Copa América). Conversamos com Scaloni e ele nos disse que não queria que colidíssemos. Ficou melhor. Agora, eu estava falando sobre futebol, nada mais. Eu tento ser honesto com as respostas. Mas se alguém tem más intenções é algo que não posso controlar”, explicou.
Mas apesar de estar mais entrosado com Messi, Dybala reconhece que ainda precisa melhorar seu desempenho pela seleção. Ele deixou claro que não é mais um garoto e que fará o máximo para ter melhores atuações com a camisa da Argentina.
“Gostaria que fosse diferente em termos de conquista. Gostaria de dar mais, fazer mais gols, dar mais assistências, obter melhores resultados. Tento descobrir o que estou fazendo de errado para melhorar, encontrar uma solução.
“Aqui (na Juve) sempre pude ganhar coisas importantes, chegar às finais da Liga dos Campeões e marcar. Ainda preciso alcançar isso na seleção. Já tenho 26 anos, não tenho mais 20 ou 21. Então tento conversar com o treinador para descobrir o que ele quer que eu lhe dê e vou trabalhar para isso”, finalizou.