A partida entre Valencia e Real Madrid nos deixou uma das imagens mais terríveis dos últimos anos no futebol espanhol. A infeliz queda de Aurélien Tchouaméni sobre a perna de Mouctar Diakhaby provocou praticamente a ruptura total do joelho do zagueiro do Valencia, que agora enfrenta um longo e complicado processo de recuperação. Não apenas para voltar ao campo, mas para retomar uma vida normal.
De acordo com o relatório dos serviços médicos do clube, o franco-guineense sofreu uma "luxação do joelho direito". Alguns veículos de imprensa falam em pelo menos um ano de afastamento. No entanto, Enrique Gastaldi, responsável pelo Instituto de Traumatologia Dr. Gastaldi Orquín e consultor dos serviços médicos do Valencia ou Villarreal, falou aos microfones do ´SER Deportivos Valencia´ e afirmou que Diakhaby não deve estabelecer prazos para sua recuperação.
"A luxação levou consigo o ligamento cruzado anterior e o ligamento cruzado posterior", explicou o traumatologista, que ficou surpreso com a gravidade: "É uma lesão extremamente rara. É a lesão mais grave que um jogador de futebol pode ter no joelho. Provavelmente, ele rompeu quatro ou cinco ligamentos, é uma lesão devastadora".
"Quando o joelho se luxa, é porque o osso sai do lugar. E isso implica romper os ligamentos, que são os ligamentos cruzado anterior, posterior, lateral, externo... Para o osso sair, os ligamentos têm que se romper", continuou a sua descrição.
Além disso, alertou sobre as consequências que poderiam ter ocorrido: "Sempre é preciso considerar em uma luxação de joelho que não haja uma lesão vascular. A artéria poplítea passa por trás do joelho e passa junto ao osso. E quando o osso sai, pode rasgar a artéria, a veia... ou o nervo. São lesões extremamente graves de início".
Para o Dr. Gastaldi, as expectativas devem ser muito conservadoras e avançar passo a passo: "Com esse tipo de lesão, a primeira coisa a buscar é que o paciente consiga andar e que não haja mais problemas. E não estamos falando de nove ou 12 meses de afastamento. Nesse tipo de lesões, não se devem estabelecer prazos e pode levar uma ou duas operações".
Embora a suas declarações soem muito desanimadoras, ele acredita que, no mínimo, Diakhaby recuperará a normalidade no seu dia a dia: "Quando alguém tem uma lesão na artéria femoral, corre o risco de perder a perna, mas não terá problemas para andar". No entanto, o traumatologista afirma que "há uma grande probabilidade de Diakhaby não poder mais jogar futebol".