Ele se chama Umaro Embaló, tem 19 anos e é uma das pérolas com que o Benfica mais se preocupa na sua categoria de base no Seixal. Ele é guineense, como Ansu Fati, e tem uma amizade fraterna com o jogador do Barça, pois se conhecem há cinco anos.
Em entrevista à 'Agência EFE', Embaló, que joga pelo Benfica B, revela que mantém uma relação de parceria com João Félix, com quem coincidiu nos juniores do Benfica e que se sente à vontade quando comparam ele com Ángel Di María, pois é o estilo que ele gosta e, além disso, sempre foi seu ídolo.
Nos últimos dois anos surgiram muitos rumores sobre o interesse do Barcelona, Manchester United e Real Madrid por este ponta esquerda e o Benfica tratou de fechar um contrato profissional até 2024 e a sua cláusula é de 60 milhões de euros.
Chegou a Lisboa da sua vila na Guiné-Bissau há seis anos, depois de fazer as tradicionais provas com o Benfica, e o seu objetivo é continuar a ajudar toda a sua família que vive na África, pois “um pouco aqui é muito ali” .
Pergunta: Como foi a tua chegada ao futebol português?
Resposta: Vim com 12 anos. Deixei a minha família para trás, não foi fácil, mas foi o meu sonho, o convite do Benfica, o sonho de qualquer criança. E já estou aqui há seis anos.
P: E como foi o início do futebol?
R: Comecei na escola do meu bairro, no Bairro Militar, onde me destaquei e de lá me levaram para uma escola de futebol, embora não fosse fácil: transporte, treino, treinei sem tomar café, sem comer. Não foi nada fácil. E aí (aos 12 anos) surgiu a oportunidade de vir ao recrutamento do Benfica. Tinham mais crianças e escolheram a mim e a um amigo que agora joga no Leixões. Lembro-me de não dormir, ligar para perguntar se eles tinham me escolhido.
P: De contrato de treinamento ao contrato profissional até 2024.
R: Sempre ajudei minha família desde que tinha um contrato de estágio. Todo mês eu tive que ajudar, porque sei de onde vim e as dificuldades que tenho. Um pouco aqui é muito ali. Eu ajudo tanto quanto posso.
P: Carreira no Benfica com cláusula de 60 milhões.
R: Uma ótima experiência, sempre em plena evolução, como homem e como jogador. Aprendendo e crescendo a cada dia. Na categoria de iniciados, o tempo foi brutal, com um excelente treinador como Luis Nascimento. Aqui todos os treinadores são 'top', porque são profissionais a todos os níveis. Não existem apenas excelentes instalações, mas também pessoas.
P: Jogou na base com João Félix
R: Sim, joguei um ano nos juniores, onde fui promovido e ganhei o campeonato com João Félix. Ainda tenho contato com ele e de vez em quando conversamos como amigos e colegas.
P: Na rampa de saída para estrear com a primeira equipe.
R: É o sonho de quem trabalha no Benfica, trabalho para isso. Como jogador sou forte, explosivo, rápido e gosto de atacar e defender.
P: Seu ídolo das ligas europeias.
R: Meu ídolo é Ángel Di María, na Guiné já me chamam assim. Tenho as mesmas características, rápido e magrinho. Da Espanha, sempre gostei do Barça pelo jogo, da Inglaterra, do United e do Liverpool.
P: Como surgiu a amizade com Ansu Fati?
R: Num torneio de clubes no Dubai, jogámos a final do Benfica e do Barcelona. Na hora do almoço começamos a conversar porque éramos ambos da Guiné-Bissau, ele nasceu a uma hora do Bairro Militar, onde eu morava. A partir daí a amizade continuou, somos como irmãos e sua família me trata como irmão.
P: Você é internacional com Portugal desde o Sub 16. Já imaginou enfrentar Ansu Fati em um Portugal-Espanha?
R: Já falamos sobre isso, quando será o dia que enfrentaremos ou quando tocaremos juntos!
P: Será a temporada de Umaro Embaló?
R: Eu penso no dia a dia, semana a semana, vamos ver. Espero que seja meu ano.