O Vasco é o clube que viva talvez a quarentena mais agitada entre os grandes brasileiros. Com resultados abaixo da expectativa na gestão Alexandre Campello e um cenário político totalmente dividido, vários grupos históricos foram dissolvidos e hoje fazem com que as eleições, marcadas a princípio para novembro, possam ter até sete candidatos.
Com três nomes confirmados, além dos dois prováveis reincidentes do último pleito, pequenas chapas se organizam para tentar mostrar força no Cruz-Maltino. Será, aliás, a primeira vez que uma eleição ocorre desde a morte do icônico Eurico Miranda, falecido no começo do ano passado.
Conheça abaixo alguns detalhes do pleito, a princípio programado para novembro. A própria ocorrência das eleições, porém, ainda é dúvida por causa da pandemia da Covid-19. É necessário que a junta eleitoral confirme a realização das eleições presencialmente para que se possa definir a data da disputa. Isso, por enquanto, ainda não é possível.
Os confirmados
Luiz Roberto Leven Siano
Foi o primeiro a confirmar candidatura para o pleito, ainda em 2019, e faz forte campanha nas redes sociais. Ele tem 51 anos e não possui ligação direta com nenhum dos grupos mais conhecidos do clube. Foi advogado do atacante Edmundo e teve participação nas negociações que envolveram o atleta e o clube durante as passagens dele pelo Cruz-Maltino.
"Pessoas do futebol estão encantadas com o nosso projeto. Imagina se nós conseguirmos conseguir tocar o projeto lá na cadeira", diz Leven em seu Twitter, citando nomes como os ex-jogadores Dida e Roberto Carlos, além dos empresários Pini Zahavi e Mino Raiola.
Fred Lopes
Ex-membro do "Identidade Vasco", grupo que apoiou Alexandre Campello na última eleição, assumiu a vice-presidência de futebol do clube em 2018 e lá permaneceu até o ginal daquele ano. Aos 44 anos, confirmou sua intenção de disputar o cargo apenas no mês passado.
"Pretendo mudar esse cenário de descontrole que deixa até os mais otimistas preocupados com o futuro do clube", disse Fred em entrevista ao canal Vascaíno tem voz, quando confirmou sua candidatura.
Luis Manuel Fernandes
Figura das mais conhecidas no Vasco, o cientista político de 62 anos confirmou sua candidatura na semana passada, em entrevista concedida ao GloboEsporte.com. Outrora presidente do Conselho Deliberativo, ele sustenta a bandeira de conciliador no clube. Deve receber apoio de vários membros do grupo ligado ao falecido ex-presidente Eurico Miranda.
Sua trajetória, aliás, ao menos condiz com o discurso. Além de comandar as reuniões dos conselheiros, fez parte da organização da Copa do Mundo de 2014, no Gecopa, em meio a um contexto de crise e críticas do secretário-geral da Fifa, Jerôme Valcke.
Os prováveis
Alexandre Campello, atual presidente, avalia a possibilidade de tentar reeleição. Com momento político conturbado, a situação não tem segurança de que o nome de Campello é realmente o mais forte para bater de frente em um pleito tão diverso e dividido.
Ganhador do cargo na última eleição após determinação do Conselho Deliberativo, quando decidiu se separar da chapa de Julio Brant, Campello já sofreu com a perda de vários apoiadores e viu o grupo que chegou à presidência perder boa parte da base de sustentação.
Outro provável, aliás, é justamente Brant, que ganhou a eleição na votação dos sócios, mas acabou perdendo o pleito entre os conselheiros após Campello deixar a chapa. Com moral pela vitória nas urnas e a dificuldade de Campello no mandato, surge como um dos favoritos.
O próprio, porém, ainda não afirmou que vai concorrer nem registrou sua candidatura. Com a pandemia, ele ganhou mais algum tempo até confirmar sua presença entre os possíveis vencedores.
Misturado
O cenário político vascaíno se dividiu em tantos blocos que é capaz de surgirem ainda mais um ou dois pré-candidatos ao cargo até a realização das eleições. O mais provável, porém, é que acordos nas datas mais próximas ao pleito, quando já se registrarem pesquisas de voto e houver um panorama melhor, reduzam os competidores.