A Argentina foi uma verdadeira bagunça, tanto dentro quanto fora de campo na Copa do Mundo. O "time" foi um reflexo de seu perdido treinador, Jorge Sampaoli, que fez várias mudanças a cada partida, nunca repetindo a escalação e o sistema de jogo na Rússia.
Durante o Mundial, vários veículos argentinos inclusive noticiaram que Jorge Sampaoli tinha perdido o comando do time, e o jornalista Ariel Senosiain, da TyC Sports, no livro El Mundial es Historias - Crónicas de Ayer (Histórias da Copa - Crônicas de Ontem), dá detalhes sobre a conturbada Albiceleste na Rússia.
De acordo com Senosiain, uma reunião entre todos os 23 jogadores, Sampaoli, dois auxiliares e o presidente da AFA, Claudio Tapia, em 22 de junho, em Moscou, no dia seguinte a humilhante derrota por 3 a 0 para a Croácia, fez Sampa perder completamente o comando da equipe.
Segundo o jornalista, os jogadores, liderados por Lionel Messi e Javier Mascherano, criticaram o treinador durante 15 minutos, fazendo várias reclamações, criticando seus testes, suas formações, suas mudanças, sua insegurança e até mesmo seu estado emocional.
Ainda de acordo com Senosiain, Messi, sempre acusado de influenciar em convocações e até escalações, pediu para Sampaoli, na frente de todo o grupo, confirmar se ele realmente já tinha feito alguma exigência neste sentido, e ainda acusou o treinador de ter recorrido a ele para montar o time.
"Você me perguntou dez vezes que jogadores eu queria que pusesse e quais eu não queria, e eu nunca te dei nem um nome. Diga diante de todos se alguma vez eu nomeei alguém", teria dito o camisa 10, segundo o jornalista.
Ele ainda garante que os jogadores, durante a reunião, exigiram maior participação nas decisões sobre o modo de jogar da Argentina, e disseram na cara de Sampaoli que não confiavam mais nele e queriam ter opinião "em tudo". Tapia, que segundo Senosiain, já sabia que a reunião teria um tom de motim, apenas teria dito a Sampa que ele "teria que ceder".
Cinco dias após a reunião, a Argentina venceu a Nigéria por 2 a 1 e conseguiu o avanço ao mata-mata da Copa do Mundo. Os hermanos tiveram cinco mudanças naquele jogo em relação ao duelo com a Croácia, e no primeiro tempo, tiveram a melhor atuação na Rússia.
No entanto, no jogo seguinte, nas oitavas de final contra a França, o time novamente teve várias mudanças e acabou eliminado após a derrota por 4 a 3.
Depois do Mundial, Sampaoli não pediu demissão, mas acabou demitido após entrar em acordo com a AFA. Ele tinha uma multa rescisória de 8 milhões de dólares, mas aceitou receber apenas US$ 2 mi. Seu substituto ainda não foi anunciado e, segundo a entidade, uma reunião em 31 de julho irá definir os próximos passos da seleção.