Messi foi o único absolvido pela imprensa argentina na derrota por 3 a 1 para a Venezuela, no amistoso que marcou o seu retorno à Albiceleste. O jogador do Barcelona, de fato, foi o único que tentou uma jogada ou outra para evitar o revés. Não conseguiu e mais uma vez voltou a aparecer cabisbaixo vestindo as cores de seu país.
Na análise geral, foi criticada a distância de Messi em relação à área. Lionel precisou voltar atrás da linha do meio-campo para buscar a bola e criar as jogadas. Nem Paredes ou Lo Celso conseguiram fazer parceria com o grande craque disponível. Enquanto isso, no banco de reservas, Paulo Dybala sequer foi usado em meio às cinco alterações feitas por Scaloni.
Apontado desde cedo como o grande jogador argentino após a ascensão de Messi, Dybala seguiu uma linha temporal parecida até determinado momento: sempre foi melhor pela Juventus, muito mais organizada estruturalmente do que a AFA, do que pela sua seleção. Mas ao contrário de Lionel Messi, mostrava um comportamento mais arredio e por vezes até mesmo polêmico.
A polêmica maior veio em 2017, quando o meia-atacante argentino afirmou que era difícil jogar ao lado de um dos melhores jogadores da história: “Ele joga na minha posição e posso aprender muitas coisas dele: como ele interpreta o jogo, como ele pensa, como ele vê os movimentos dos companheiros. Isso pode me ajudar muito no futuro. É difícil jogar com ele porque jogamos na mesma posição, mas, em qualquer caso, tenho que me adaptar a ele e tenho que fazê-lo sentir-se confortável", disse na ocasião. Até hoje, não conseguiu adaptar-se.
E embora tenha se retratado futuramente, a afirmação virou piada. As pessoas só não imaginariam que ela iria além. Afinal de contas, Dybala vem perdendo espaço na Juventus após a chegada de Cristiano Ronaldo, o craque que ao lado de Messi vem escrevendo história e dilacerando recordes. Impaciente com as escolhas do treinador italiano Massimiliano Allegri, Dybala viu o seu status diminuir na equipe e hoje o seu futuro é colocado em cheque no gigante de Turim.
Da expectativa de ser protagonista na Juve, nesta temporada Dybala é apenas um bom jogador que às vezes resolve para o time. Longe do que muitos esperavam.
“É uma questão de caraterísticas e de jogadores. O Paulo (Dybala) tem caraterísticas diferentes das do Mandzukic, ele recua para ligar o jogo e depois ficamos sem ninguém na área”, disse Allegri ao explicar por que não utiliza costumeiramente o argentino ao lado de Cristiano Ronaldo. “Podemos jogar com Dybala e Ronaldo, mas perdemos oportunidades. Basta ver os números. Ronaldo jogou dez anos com Benzema (em parceria semelhante à de hoje com Mandzukic), não são loucos no Real Madrid. Dybala precisa de Mandzukic, Ronaldo precisa de Mandzukic. É uma questão de caraterísticas”, completou.