Antes de o Flamengo entrar em campo contra o Athletico Paranaense, nesta quarta-feira (10), a expectativa era ver o Rubro-Negro com apenas um volante à frente da zaga. No caso, Gustavo Cuéllar. Seguindo um antigo pedido da torcida, Diego atuaria um pouco mais recuado no meio-campo, na vaga de Willian Arão. Mas quando a escalação foi divulgada para este duelo de ida pelas quartas de final da Copa do Brasil, Jorge Jesus surpreendeu ao manter inicialmente a base do time que vinha entrando em campo.
Arão seguiu ao lado de Cuéllar. Diego e Everton Ribeiro ficaram no banco de reservas – assim como Rafinha, que não fez sua estreia. A organização tática, entretanto, não seguiu igual à dos tempos de Abel Braga: ciente da dificuldade [até mesmo histórica] de conseguir um bom resultado na Arena da Baixada, o treinador português manteve alguns nomes, mas desenhou o time em um 4-4-2. A teórica força no meio-campo poderia fazer a diferença para segurar os donos da casa. Mas a equipe sofreu no primeiro tempo: viu o Furacão chegar mais vezes ao ataque e ter mais a posse de bola.
Contudo, foi somente no início do segundo tempo que o Athletico abriu o placar: aos 50’, logo no início, o zagueiro Léo Pereira completou para o fundo das redes de Diego Alves aproveitando leve desvio de Willian Arão. Resultado merecido pelo que a equipe bem acertada por Tiago Nunes vinha fazendo. Jorge Jesus não demorou para fazer alterações: de uma só vez colocou Everton Ribeiro e Diego, sacando Vitinho e surpreendendo ao tirar Cuéllar para manter Arão. Deu uma cara ainda mais ofensiva e pensada ao jogo, que virou uma trocação emocionante também pela velocidade dada pelo gramado artificial.
Apesar das polêmicas envolvendo a arbitragem e o VAR, fato foi que o Fla empatou com Gabigol e melhorou consideravelmente nos 45 minutos finais. E ainda que o Furacão tenha sido melhor no âmbito geral, a estreia de Jorge Jesus no comando do Rubro-Negro ficou marcada por substituições fora do óbvio, que buscaram dar o máximo de intensidade ao mesmo tempo em que buscaram surpreender o oponente. Considerando o pouco tempo à frente da equipe e a dificuldade do confronto, a impressão é de que o Flamengo evoluiu. Mesmo assim, o técnico luso deixou o gramado com cara de poucos amigos, pensando nas mudanças que o seu farto elenco pode lhe dar.