Acabou a maior Copa do Mundo Feminina da história. Jamais uma edição teve tanta visibilidade e gerou tanta discussão sobre igualdade de gênero. Emissoras cobriram com destaque, bandeiras foram hasteadas contra o preconceito, bares lotaram e elas provaram a quem duvidava que há muita qualidade quando entram em campo. Nos microfones, Megan Rapinoe foi a porta-voz dessa mensagem que transcende as quatro linhas e, no gramado, comandou a consagração das tetracampeãs.
Os Estados Unidos chegaram ao Estádio de Lyon com a pressão do favoritismo após conquistarem a vaga contra a Inglaterra. Tinham a melhor campanha até então, defendiam o título e somavam a maior quantidade de conquistas da competição (1991, 1999 e 2015).
Os Países Baixos nunca haviam chegado sequer a uma semifinal de Copa do Mundo. Para avançarem à grande decisão, deixaram para trás a Suécia. Na final, Van de Sanden ficou no banco e seria opção ofensiva de velocidade para o decorrer da partida. Sarina Wiegman foi a escolhida pela técnica Sarina Wiegman para ocupar a posição.
O primeiro tempo não começou do modo como se imaginava. Em todos os confrontos dos Estados Unidos neste Mundial, as norte-americanas exerceram pressão inicial e garantiram um gol antes dos 15 minutos. Houve marcação alta e domínio de posse de bola pelo time comandado por Jill Ellis, mas nada de gol.
As finalizações que levaram perigo ocorreram na última metade da etapa inicial, quando apareceu o grande nome do primeiro tempo: Van Veenendaal. A goleira faz quatro defesas fundamentais para evitar uma desvantagem no placar dos Países Baixos.
Uma das protagonistas nesta campanha e artilheira da competição com seis gols ao lado da inglesa Ellen White, Alex Morgan liderou as ações norte-americanas a partir dos 27 minutos, mas parou nas mãos de Veenendaal. Ertz também teve boas chances, mas as equipes voltaram aos vestiários com 0 a 0 no marcador.
7 de julho de 2019
A postura dos Estados Unidos no segundo tempo foi a mesma, dominando a posse de bola e as iniciativas ofensivas. Até os 61 minutos, não houve finalizações, mas o VAR entrou em ação para mudar a história do jogo.
Alex Morgan foi derrubada dentro da área por Van der Gragt. A arbitragem de vídeo flagrou e chamou a atenção da francesa Stephanie Frappart, que conferiu as imagens e marcou o pênalti. Rapinoe cobrou para colocar os Estados Unidos mais perto do título e para voltar a dividir a liderança da artilharia.
Com a desvantagem no placar, os Países Baixos tentaram reagir e deixaram mais espaço no campo de defesa. As estadounidenses aproveitaram a situação e, em contra-ataque aos 68 minutos, Rose Lavelle avançou pelo meio, puxou para a esquerda e bateu da entrada da área. Um ótimo chute no canto esquerdo de Van Veenendaal, deixando a conquista do tetra ainda mais próxima.
7 de julho de 2019
Após o segundo gol, os Países Baixos passaram a buscar uma reação, mas sem conseguir furar o bloqueio dos Estados Unidos. As americanas mantiveram o domínio, buscaram novos contra-ataques e até chegaram mais perto do terceiro gol do que as adversárias do primeiro.
Nos minutos finais, não houve chances reais de gol e a torcida dos Estados Unidos já festejava antes do apito final entre os 57.900 torcedores presentes. Os aplausos vindos das arquibancadas reconheceram o mérito da equipe liderada por duas das três artilheiras da competição: Rapinoe e Alex Morgan.
Foi o maior público desta Copa do Mundo, uma competição que fica para a história como um marco da evolução do esporte entre as mulheres e na luta pela igualdade de gênero. Um torneio que encheu estádios e mobilizou torcidas em todos os continentes para acompanhar um futebol feminino com alto nível de qualidade.
7 de julho de 2019