Saber sofrer. O Atlético de Madrid conhece muito bem isso, seja pelo lado bom ou ruim.
Nesta quinta-feira (26), foi pelo viés positivo. Afinal de contas a equipe de Simeone aguentou uma incrível pressão ofensiva do Arsenal, que teve um jogador a mais desde o início do primeiro tempo, e saiu de Londres com um excelente empate por 1-1 no jogo de ida da semifinal da Europa League.
Excelente pelo placar em si, mas também por ter atuado sem o lateral-direito Vrsaljko desde os 10 minutos do primeiro tempo, pouco antes de Diego Simeone também ser expulso da área técnica por reclamação.
Em busca de uma despedida com título para o treinador Arséne Wenger [e do único caneco que ainda pode ser conquistado na temporada], o time da casa entregou um futebol vistoso e que dominou absolutamente as faixas de campo: bateu seu recorde de finalizações nesta edição da Europa League [28, segundo estatísticas da Opta], já que passou boa parte dos 90 minutos cercando a área espanhola.
O grande problema é que o Atleti talvez seja o time que mais saiba se adequar ao inconveniente de ter um jogador a menos. Sem Vrsaljko, o meio-campista Thomas Partey ficou improvisado na função e Antoine Griezmann foi sacrificado taticamente: atuou ajudando a fechar a linha de meio-campo, em um 4-4-1. O seu mapa de calor mostra a incrível entrega defensiva.
Mas um jogador como Griezmann pode fazer a diferença sob quaisquer circunstâncias. E ele fez, pouco antes de ser substituído. Disparou no campo de ataque para receber o chutão que saiu de sua defesa, e após duas tentativas estufou as redes para garantir o empate.
Com gosto de vitória, no jogo em que mais sofreu com chutes a gol... e no qual menos vezes levou perigo para os adversários. Entretanto, com uma exatidão de fazer inveja: de seis finalizações, cinco foram na direção do goleiro Ospina, quatro delas através de Griezmann, que acertou todas e se agigantou para fazer de tudo no Emirates Stadium.
Na comparação com os jogadores do Arsenal , Griezmann só tocou mais na bola do que Ospina [36 a 27]. Mas soube direitinho o que fazer quando tinha ela nos seus pés, exatamente o que faltou ao Arsenal.