Oito meses depois de ter entrado para o Comité de Governação, o ex-ministro Miguel Poiares Maduro, deixou a FIFA por não ter visto o seu mandato renovado. Até aqui, tudo normal, mas o dirigente português esclareceu, à 'agência Lusa' porque não permaneceu no cargo.
"Tenho pena que o cumprimento sério e independente das nossas funções tenha, pelos vistos, gerado uma reação negativa num número suficiente de federações e também na FIFA para a não renovação do mandato. É uma mensagem negativa para um dos processos fundamentais para a reforma da FIFA", afirmou Maduro, antes de criticar a "cultura instalada há décadas que é resistente ao escrutínio e à transparência".
"É natural que a partir do momento que passou a existir um órgão de competência nessa matéria e passou a exercer com total independência, sabia que ia existir resistência. Algumas vezes tentaram influenciar as nossas decisões, mas mostrámo-nos imunes a isso", disse o português, antes de alertar que ideias como a introdução de restrições nos mandatos dos dirigentesa, assim como a introdução de eleições "livres e democráticas" em algumas federações acabaram por causar alguns "conflitos e desagrados" no organismo.
"Estamos a falar em mexer em cargos com pessoas com bastante poder no futebol e até na política internacional. Isso terá causado desagrado. Estamos também a falar na supervisão de eleições em federações que não estavam sujeitas a tal e isso criou alguns conflitos", sublinhou.
Umas das maiores lutas de Maduro foi foi a garantia da proteção dos direitos humanos e da liberdade de expressão nos países organizadores dos campeonatos do mundo; um dossier que chegou a ser apresentado, mas que não teve "luz verde" na FIFA.