A 2ª Vara Estadual de Processo e Julgamento dos Crimes de Organização Criminosa e Lavagem de Dinheiro, em Porto Alegre, condenou Vitorio Piffero, ex-presidente do Internacional, a dez anos e meio de prisão por desviar recursos milionários do clube entre 2015 e 2016, informou o Ministério Público nesta terça-feira.
Também foi condenado a 19 anos e oito meses de prisão o ex-vice-presidente de Finanças do clube, Pedro Affatato, por crimes de estelionato, lavagem de dinheiro e organização criminosa, conforme indicou o Ministério Público do Rio Grande do Sul em comunicado.
O tribunal constatou que Piffero esteve envolvido em "200 atos de fraude e organização criminosa" no biênio 2015/16, quando estava à frente do Inter.
A sentença, sujeita a recurso, foi proferida na segunda-feira e também condenou um representante empresarial, um engenheiro ligado ao clube e um contador por participação no esquema corrupto, a penas de seis a nove anos de reclusão.
Os cinco condenados, que podem recorrer em liberdade e foram multados, foram denunciados por desviar "mais de 13 milhões de reais" das contas do clube gaúcho.
O promotor do caso, Flávio Duarte, afirmou em comunicado que a condenação servirá como "paradigma, em nível nacional, para situações similares de fraudes e desvios relacionados à gestão esportiva".
O Internacional confirmou em comunicado que "tomou conhecimento da publicação da sentença que condena os envolvidos, assim como do pagamento de uma indenização pelos danos causados".
Indicou que, por se tratar de um caso sob segredo de justiça, aguardará "os próximos desdobramentos do veredicto", que pode ser contestado pelas partes.
No entanto, destacou que os dois ex-dirigentes "já não fazem parte do quadro social, nem do Conselho Deliberativo" do clube e que ambos receberam, na época, "todas as medidas administrativas" possíveis.