Expulso, Gabriel Jesus faz gesto de “roubo” e põe asterisco em sua Copa América

Gabriel Jesus iniciou a Copa América por baixo, sem a titularidade ainda pela herança de ter deixado o Mundial da Rússia com o rótulo do “camisa 9 que não marca gols”. Pouco a pouco, foi se recuperando e voltou de vez à equipe titular justamente contra o Peru, na fase de grupos, quando entrou entre os onze iniciais pela primeira vez nesta edição 2019 do certame continental. Um jogo agridoce para o jogador do Manchester City, que foi o único com motivos para lamentar a vitória por 5 a 0 - por ter desperdiçado um pênalti. O reencontro com os peruanos, na final do torneio, marcou outro episódio com temperos absolutos para o atacante.
Depois da grande exibição contra os argentinos, na qual acabou com a angústia da falta de gols em torneios de mata-mata pelo Brasil, fazendo o primeiro gol na vitória por 2 a 0 [e dando a assistência para o segundo], Gabriel vinha fazendo o seu melhor jogo justamente na decisão dentro do Maracanã. Era quem tentava as jogadas mais agudas, os dribles mais ousados. Em um deles, achou espaço para um cruzamento perfeito, completado por Everton Cebolinha para o fundo das redes. O primeiro do Brasil na finalíssima.
Ainda nos minutos iniciais, colocou-se como centroavante de referência para receber o belo passe de Arthur e recolocar a seleção de Tite em vantagem, escrevendo o 2 a 1 no placar depois que Guerrero empatou em cobrança de pênalti. Mas se era o melhor em campo, também demonstrava ânimos esquentados já naquele momento: deixou o gramado para o intervalo como jogador mais faltoso do Brasil [4 faltas].
Mas seria no segundo tempo que Gabriel Jesus desceria do paraíso destinado aos heróis para um inferno temporário dentro de sua narrativa nesta Copa América: aos 70 minutos, recebeu o segundo cartão amarelo e foi expulso de campo após uma de suas tantas disputas mais acaloradas com o adversário. Deixou o gramado revoltado, socou a cabine do VAR de maneira tão forte a ser escutado das tribunas de imprensa e ainda empurrou outro utensílio que estava em seu caminho até descer em lágrimas para o vestiário. Fez, também, o símbolo do “roubo” com as mãos. E ainda que ali não soubesse, colocou um asterisco em sua participação controversa nesta Copa América: de criticado a herói, de herói inquestionável a jogador destemperado.
Como se não fosse o bastante para deixar esta narrativa de viradas e reviradas ainda mais evidente, quem sacramentou a vitória por 3 a 1, depois de pênalti sofrido por Everton Cebolinha, foi Richarlison, exatamente o titular pela ponta-direita antes de Gabriel Jesus retornar aos titulares. O nono título de Copa América do Brasil viu o camisa 9 da seleção ser questionado, ovacionado... e questionado novamente.