A Superintendência da Indústria e Comércio (SIC) anunciou na segunda-feira uma multa de 16.000 milhões de pesos (4,41 milhões de dólares, 3,88 milhões se falamos em euros) à Federação Colombiana de Futebol (FCF) por revender ingressos para as partidas das eliminatórias da Copa do Mundo da Rússia de 2018.
A SIC também sancionou 17 pessoas, a empresa TicketYa e a Comercializadora de Franquicias SA por conceber e executar "um sistema que limitava a livre concorrência a favor da Ticketshop na concessão do contrato de emissão de bilhetes para as rodadas de qualificação da Copa do Mundo de 2018 na Rússia", explicou o superintendente Andrés Barreto.
A multa para todos os envolvidos, incluindo o presidente da Federação, Ramón Jesurún, e o ex-presidente da FCF, Luis Bedoya, é de 18.000 milhões de pesos (quase 5 milhões de dólares, pouco mais de 4,3 milhões de euros).
As investigações sobre este caso começaram depois que a Ticketshop anunciou que venderia 6.000 ingressos em 6 de agosto de 2017 para o jogo Colômbia-Brasil, disputado em setembro daquele ano, e afirmou que estes foram comercializados em 42 minutos, mas a SIC descobriu evidências "digitais e documentais" que provam que não foram disponibilizadas ao público naquele dia.
A entidade de controle anunciou na segunda-feira que as pessoas sancionadas geraram uma "fatura pelo desvio das cédulas para revendê-las" e "preços excessivamente altos foram aplicados com relação a elas", com excedentes de custo de "até 350% mais que o valor de mercado".
A entidade também constatou que os participantes chegaram a um pré-acordo de 10.000 milhões de pesos (cerca de 2,75 milhões de dólares, quase 2,5 milhões de euros) na licitação do contrato de distribuição de ingressos para favorecer a empresa Ticketshop e assim por diante " excluir outros concorrentes" quando, na verdade, essas entradas "nunca estiverem realmente disponíveis ao público".
Por colaborar com a entidade de controle, a empresa Ticketshop e seus funcionários foram absolvidos do processo porque forneceram documentos e evidências com os quais o SIC descobriu o sistema usado pelos envolvidos.
Antes do anúncio, a FCF assegurou que "ela não foi notificada desta decisão nos termos indicados pelos regulamentos, portanto, o conteúdo total da decisão é desconhecido".
"O fato de não usar os mecanismos previstos em lei, mas a mídia para informar decisões administrativas, reitera as irregularidades que foram notadas desde o início do processo e as chamamos à atenção das autoridades competentes", explicou o FCF em uma afirmação.
Ele também informou que, "respeitando a estrutura institucional", o FCF "irá às autoridades competentes e usará todas as alternativas legais para defender seus legítimos interesses e direitos".