Depois da confirmação de Jorge Jesus e a vitória sobre o Fortaleza, pelo Campeonato Brasileiro, a torcida do Flamengo ficou bastante preocupada com Gustavo Cuellar. O volante, que deixou o clube para se apresentar à seleção colombiana e dar início da preparação para a Copa América, pela primeira vez admitiu a possibilidade de sair do clube.
Não é de hoje que Cuellar tem o sonho de jogar na Europa e com o bom momento vivido no Rubro-Negro, o atleta deu aval para seus agentes a se movimentarem por propostas nesta janela do meio de ano. O colombiano, inclusive, colocou a casa em que vive na Barra da Tijuca à venda.
Internamente, a diretoria sabe do desejo de Cuellar em atuar na Europa, não quer perder o atleta mas entende que numa negociação a vontade do jogador representa bastante. Mesmo com uma multa rescisória de 70 milhões de euros, é bem provável que a proposta pelo volante não chegue na metade disso.
"As multas para o Brasil elas têm um valor definido, é um valor calculado sobre o salário. Para o exterior, teoricamente não tem limite. Então, os clubes colocam os valores que acordaram com os jogaores, independente do salário que ele recebe", explica Marcos Motta, advogado com larga experiência no mercado esportivo e de entretenimento.
Ele explica também que as multas servem para balizar uma negociação, sendo uma espécie de régua e teto, pois o clube não pode exigir mais do que o valor fixado no contrato.
"Elas servem para proteger a relação contratual entre jogador e clube em caso de interesse de transferências. Ou seja, na maioria das vezes ela não ser paga, existem raras exceções como Robinho na época, o próprio Vinicius Júnior, essas multas servem para proteger e balizar uma negociação. Elas tem a régua inicial de negociação. Ela pode baixar, mas não pode subir".
Ainda assim, Marcos Motta afirma que o clube, caso não queira negociar, tem o direito de exigir o valor total da multa rescisória.
"A multa rescisória de Cristiano Ronaldo no Real Madrid era de 999 milhões de euros, e ele saiu por 150, na verdade depende muito do momento, do contrato, do jogador. Mas se você tem uma multa rescisória de 70 milhões por exemplo e o clube não quiser vender, o jogador só saí se alguém pagar a multa. Agora, se tiver o interesse de venda, as partes negociam e ele pode sair por 35, 40, depende da negociação".