O jornal 'Marca' publicou esta terça-feira a entrevista completa com Leo Messi, jogador do Paris Saint-Germain e um dos favoritos à Bola de Ouro. O argentino comentou sobre a sua adaptação na equipe parisiense, do novo Barça de Xavi e seu ponto de vista sobre todas as questões.
Antes de deixar o Campeonato Espanhol, o camisa 10 conquistou seu oitavo troféu 'Pichichi', um recorde que nenhum outro jogador alcançou: “A verdade é que é uma loucura ter ganhado tantos. Parecia impossível que eu pudesse alcançar os seis de Zarra, muito menos superá-los. É algo espetacular".
“No momento, estando em Paris, não dou o valor que eles realmente têm (os recordes). Temos jogos a cada três dias e você não tem tempo para pensar nisso. É preciso se concentrar no próximo confronto e em conseguir os desafios e objetivos que estabelecemos. Amanhã, quando estiver aposentado, quando começar a contemplar todos os recordes que tive a sorte de bater, darei a eles o valor que realmente têm. Rever tudo isso será algo extraordinário", disse.
Filhos melhores que os pais
Sobre a sua adaptação ao Paris Saint-Germain, com o qual ainda não jogou o seu melhor futebol, comentou: "Agora estou muito bem. Estou totalmente adaptado já que conseguimos entrar na nossa nova casa e as crianças começaram a escola e a sua rotina diária. Também tivemos que passar por muitas viagens à Argentina com as partidas das eliminatórias que nos impediram de ter continuidade aqui. Mas me acomodei bem na vida”.
“Com meus filhos foi muito mais fácil do que imaginávamos no início. Tínhamos dado muitas voltas e como seria difícil para eles. E no final foram eles que se adaptaram e se acostumaram mais rápido. Já estão indo para a escola. E com certeza vão aprender francês muito rápido, porque em termos de aprendizagem as crianças voam. Tudo isso nos deu uma grande tranquilidade, tanto para Antonela quanto para mim. Vimos que muito rapidamente eles estavam muito bem e adaptado à nova cidade e ao país”, continuou.
A questão que se levantou novamente foi se o PSG é um dos candidatos mais bem posicionados para levantar a Liga dos Campeões nesta temporada. “Todos dizem que somos os grandes favoritos e não vou negar que somos um dos candidatos pelo nome, mas ainda precisamos das coisas para ser uma equipe realmente forte. Temos que terminar a consolidação como equipe e temos a vantagem de contar com jogadores muito bons para conseguir. Mas não somos os únicos, há outras grandes equipas que são candidatas. A Champions League é uma competição muito difícil, o que a torna tão bonita e especial. As melhores equipes estão lá e está ficando cada vez mais complicado. Sim, somos um dos favoritos, mas não os únicos”, ressaltou.
Além disso, destacou o Liverpool de Klopp: "O Liverpool voltou a ganhar a Champions League. Depois, há o City, Bayern, Real Madrid, Atlético... Há muitas equipes que podem lutar por esta Champions League, que é uma das mais equilibradas e competitiva nos últimos anos porque existem várias equipes que podem vencê-la".
Sobre as aspirações das equipes espanholas na Liga dos Campeões, afirmou que o Real Madrid e o Atlético "são sempre competitivos", enquanto considera que o Barcelona "está numa fase de reconstrução". "Hoje acho que há times melhores do que o Barcelona", disse ele.
Da rivalidade à admiração por CR7
“O United é uma equipe muito forte com grandes jogadores. Cristiano já conhecia o clube, mas isso era em outra fase e agora se adaptou de forma impressionante. Desde o início fez gols como de costume e não teve problemas de adaptação. Na Premier não está tão bem como todos acreditávamos, mas é uma competição muito difícil e igualada onde as coisas dão muitas voltas. Depois de dezembro muda muito e tudo pode acontecer”, disse.
“Se sinto falta dos jogos contra o Cristiano? Já faz muito tempo que deixamos de disputar o mesmo campeonato. Lutamos individualmente e em equipe pelos mesmos objetivos. Foi uma etapa muito bonita para nós e também para as pessoas. É uma bela memória que ficará na história do futebol", disse.
Sobre se ele vê Mbappé, seu parceiro, no Real Madrid na próxima temporada, ele respondeu: "A verdade é que eu não sei. Só ele sabe o que tem na cabeça e o que vai fazer. Só posso expressar isso. Estou feliz por ele ter ficado aqui este ano. Ele é um jogador muito importante para nós e para lutar pelos objetivos que temos. Ele está com a cabeça 100% nos nossos objetivos. E aí ele vai decidir o que vai fazer quando a temporada terminar. Eu realmente não sei o que vai acontecer".
Ele também foi questionado sobre sua chegada ao vestiário e sua relação com Sergio Ramos. “Agora não, mas no início foi estranho depois de tantos anos de rivalidade, sendo os dois capitães do Barça e do Madrid, depois de tantos 'Clásicos' jogados, de tantas lutas que travamos em campo ... Mas tudo aquilo foi lá dentro do campo e sempre nos respeitamos muito, por mais que tenhamos sido grandes rivais nesses clássicos. Tê-lo como parceiro é um espetáculo. Aos poucos ele se junta a nós e espero que jogue o mais rápido possível porque será um jogador fundamental para a luta pelos objetivos”, esclareceu.
“Eu já o conhecia. É verdade que não tínhamos conversas muito longas, mas há muitos anos que nos cruzávamos na LaLiga e tínhamos nos falado mais de uma vez. Já tinha uma ideia de como ele era. Eu tive ex-companheiros que estiveram com ele na Seleção Espanhola. Então eu já o conhecia. E agora, quando tivemos mais convívio aqui em Paris, vi que ele é uma grande pessoa", comentou novamente sobre Ramos.
Um 'culé' a mais à distância
Leo elogiou a volta de Xavi ao Barça e acredita que "pode contribuir muito" para o clube e reconheceu que "fala frequentemente" com ele porque "são amigos". Quanto a Koeman, frisou que chegou em um "momento difícil" e que isso pode ter acabado condenando-o.
Continuando na chave do Barça, admitiu ter ficado surpreendido com a volta de Dani Alves, embora tenha avaliado o seu desembarque no Barcelona como positivo pela sua “ajuda aos jovens”.
“A situação do Barcelona me entristece. Sempre quero o melhor para o Barcelona. Sou um torcedor, embora não jogue lá agora. E tenho companheiros e amigos lá dentro da equipe. Quero que o time se dê bem. É verdade que perderam pontos na LaLiga, mas ainda falta muito e não tenho dúvidas de que o Barcelona vai virar o jogo e subir", concluiu.