França e Uruguai buscam uma vaga na semifinal da Copa do Mundo da Rússia na próxima sexta-feira (6), mas engana-se quem pensa que a equipe comandada por Didier Deschamps encontrará um cenário parecido com a que venceu a Argentina por 4 a 3 nas oitavas de final.
Ao contrário dos três primeiros jogos, os Bleus venceram e convenceram ao passar de fase, com uma grande atuação de Mbappé. No entanto, o contra-ataque letal tão conhecido pelos adversários, foi ajudado pelos argentinos. A defesa era praticamente uma avenidade e ninguém foi capaz de parar os franceses.
Agora, apesar da equipe chegar com um leve favoritismo, a facilidade encontrada no último jogo não deve ser encontrada. O Uruguai, ao contrário da Argentina, possui um setor defensivo que sofreu apenas um gol em quatro jogos: justamente contra Portugal nas oitavas de final (2 a 1).
É possível sair ileso com um time que possui Mbappé, Griezmann, Giroud, Pogba e cia? O Uruguai chega às quartas de final com 100% de aproveitamento e com direito a goleada por 3 a 0 sobre a Rússia, dona da casa e até então embalada por duas vitórias confortáveis. O time de Óscar Tabárez marcou sete gols e chegou às oitavas sendo a única defesa intacta das 32 seleções do Mundial.
COMO O URUGUAI SE COMPORTA DEFENSIVAMENTE
Começou a Copa jogando no 4-2-3-1, mas após os dois primeiros jogos “ruins”, Tabárez trocou o esquema utilizando três zagueiros (Godín, Cáceres e Coates, uma vez que Giménez estava com problema muscular) contra a Rússia e cinco volantes (Laxalt, Nández, Torreira, Bentancur e Vecino). O esquema encaixou e o time jogou melhor e por isso manteve, mas fez algumas pequenas alterações contra Portugal: inseriu Cáceres de lateral direita, Laxalt fez a ponta esquerda e o miolo de zaga com Giménez e Godín. O meio continuou com Bentancur, Torreira - que marcou muito bem Cristiano Ronaldo -, Nández e Vecino, cabeça de área e mais fixo para fazer a cobertura dos laterais e da zaga.
Cavani ainda teve um papel muito importante no jogo contra Portugal na defesa. Ele voltava para recompor a segunda linha. Foi do atacante a roubada de bola que originou a jogada do primeiro gol.
O Uruguai joga com as linhas bem compactas e os jogadores são muito aplicados taticamente. Quem entra sabe muito bem a função que tem que fazer.
O destaque vai para o miolo de zaga Godín e Giménez, titulares no Atlético de Madrid e com um ótimo entrosamento. O primeiro tem 32 anos, é experiente, capitão do time e se posiciona muito bem. O segundo tem só 23 anos, é rápido, técnico e tem boa impulsão. É uma mescla de experiência e juventude. Ambos também são excelentes na bola aérea defensiva e ofensiva. Costumam subir em qualquer oportunidade ao ataque e fazem bastante gols (Giménez marcou o primeiro do Uruguai na Copa contra o Egito, aos 44 do segundo tempo).
Cáceres também ajuda muito nessa primeira linha defensiva, é polivalente. Iniciou na lateral esquerda, fez uma partida no miolo da zaga e atuou contra os portugueses na lateral direita, subindo bastante para o ataque no primeiro tempo.
Agora, os Bleus terão que furar o sistema defensivo uruguaio se quiser avançar à semifinal. A missão não é fácil, mas a equipe possui grandes jogadores para alcançar tamanho desafio.
O duelo está marcado para a próxima sexta-feira (6), às 11h pelo horário de Brasília (15h em Lisboa).