Desde que trocou o Corinthians pelo Nagoya Grampus, Jô tem sido sistematicamente surpreendido no futebol japonês. Apaixonado pelo país em que vive atualmente com esposa e filhos, o artilheiro do Brasileirão de 2017 (18 gols) passou a viver uma nova realidade ao lutar contra o rebaixamento, mas surpreendeu-se com os seus números ofensivos.
Aos 31 anos, ele fez 23 gols na J-League do Japão, tomando para si a artilharia na última edição do certame. Em toda a sua carreira, Jô nunca havia anotado tantos gols em uma única edição de campeonato nacional. E por ter sido uma das últimas referências de centroavante no futebol brasileiro, o ídolo corintiano não titubeia para seguir a criticar a forma como a função passou a ser utilizada.
“De uns anos para cá, muitos clubes passaram a jogar com um Falso 9 e a nova geração de jogadores tem isso como referência”, disse em entrevista à Folha, apontando o sucesso do Barcelona treinado por Pep Guardiola, entre 2008 e 2012, como principal culpado.
“O Barcelona começou isso naquela época pós-saída do Eto’o, mas só deu certo porque eles tinham grandes jogadores, fora o Messi, que é um cara fora do normal. O futebol brasileiro também foi muito influenciado por essa coisa que veio de fora. Muito se olhou para a agilidade e habilidade, mas esqueceram um pouco do centroavante de ofício, que enche o saco dos zagueiros. Infelizmente, deixamos isso de lado”, finalizou.