Gabriel Barbosa deixou a Europa por baixo depois de uma passagem sem sucesso por Inter de Milão e Benfica, onde atou por empréstimo: somou 15 jogos e fez apenas dois gols no Velho Continente.
Um contraste com a expectativa presente em sua apresentação na Internazionale, em 2016. O clube italiano gastou cerca de 60 milhões de euros no total da negociação junto ao Santos.
De volta ao Peixe em 2018, por empréstimo, retomou o bom momento e o apelido de Gabigol. Mas foi 2019 que marcou até aqui o seu auge futebolístico: cedido ao Flamengo pela Inter, foi o maior artilheiro do Brasil no ano, quebrou recordes históricos na conquista do Brasileirão e fez os dois gols do título épico da Libertadores.
Os 43 gols em 59 jogos só poderiam valorizar um atleta ainda jovem, com 23 anos e sedento para voltar ao futebol europeu para provar que pode triunfar nos principais campeonatos.
O problema é que as grandes potências do esporte atual, os times que brigam ao menos para conseguir uma vaga para a Champions League em seus campeonatos, ignoraram Gabriel Barbosa até a abertura da janela de transferências de janeiro.
O Chelsea teria sido o único clube de maior peso a se interessar pelo atacante, mas o interesse dos Blues, segundo soube a 'Goal', foi apenas um blefe da Inter de Milão para tirar mais dinheiro do Flamengo – principal interessado em ficar de vez com os direitos econômicos do ídolo e que está a detalhes de enfim chegar a um acordo para ter Gabigol até 2024.
Vale destacar que não faltam grandes clubes europeus atrás de atacantes. O próprio Chelsea busca alguém para fazer competição ao jovem Tammy Abraham, o Tottenham irá ao mercado após mais uma lesão de Harry Kane – e estaria próximo de um acerto com Piatek, do Milan.
Ainda na Premier League, o Manchester United também monitora atacantes, especialmente depois de fracassar na tentativa de trazer o norueguês Haaland. Já o Barcelona terá que jogar a maior parte do restante desta temporada sem o lesionado Luis Suárez.
O West Ham, tradicional mas longe de ser uma potência na Inglaterra, foi o único interessado de fato em Gabigol. Sonhando com voos mais altos e com investimento cada vez maior, conforme o lugar no Top 20 de clubes mais ricos do mundo mostra, os londrinos teriam oferecido cerca de 30 milhões de euros à Inter de Milão. Mas o atacante está mesmo a detalhes de seguir no Flamengo, que deixou o acerto bem encaminhado junto aos italianos.
Outro rubro-negro “ignorado” por um gigante europeu foi Jorge Jesus.
O português, cujo trabalhou revolucionou o que vinha sendo visto tanto no Brasil quanto no próprio Flamengo, chegou a afirmar que apenas cinco clubes europeus lhe fariam trocar o Rubro-Negro por um retorno ao Velho Continente. Foi por isso que não quis aceitar a oferta do Everton, que acabou posteriormente se acertando com Carlo Ancelotti.
O Barcelona, onde JJ chegou a fazer estágio no início de sua carreira, optou por Quique Setién após a demissão de Ernesto Valverde. Mas o que impressionou foi ver a ausência do nome de Jesus nas especulações apontadas pelos jornais estrangeiros, sendo que Marcelo Gallardo, do River, foi ao menos lembrado.
O desdém presente até aqui não diminui o que Gabigol e Jorge Jesus fizeram em 2019. Ainda que ambos tenham o desejo de uma chance nos principais times da Europa, vale destacar que a permanência no Flamengo também não deve ser visto como algo negativo: hoje o Rubro-Negro é a maior potência esportiva e econômica da América do Sul, além de ser um clube gigante, com história e milhões de torcedores.
Quem acaba agradecendo o desinteresse dos gigantes europeus em Gabigol e Jorge Jesus, na verdade, é o Flamengo e seus torcedores.