Quando o árbitro encerrou o duelo entre Manchester City e Real Madrid nas oitavas de final da Champions League, não houve grandes comemorações de Gabriel Jesus. O brasileiro caiu depois de uma grande apresentação, antes de socar o gramado; uma pequena celebração para marcar um trabalho bem feito.
Jesus não é o astro habilidoso que muitos gostariam que ele fosse, mas ele é exatamente o jogador que Pep Guardiola deseja.
Neymar, Ronaldo, Ronaldinho, Rivaldo e Romário personificam o espírito do joga bonito associado à Seleção - com talento e personalidade para vencer partidas em um momento de bela inspiração. Jesus é muito mais dependente do coletivo.
Mesmo no Etihad Stadium, há comparações desagradáveis com o artilheiro do clube, Sergio Aguero, que tem um talento especial para virar jogos com um espaço de brilhantismo
A semifinal contra o Lyon
Contra a Juventus nas quartas de final da Champions League, a equipe de Rudi Garcia foi sólida e disciplinada, com um 3-5-2, mas recuperaram os números rapidamente para estreitar os espaços em seu próprio meio-campo, enquanto os campeões italianos dominavam a posse de bola.
É uma abordagem semelhante à adotada por Mikel Arteta na vitória do Arsenal nas semifinais da Copa da Inglaterra sobre o Manchester City, quando a equipe de Guardiola foi estrangulada pela posse de bola e punida nos contra-ataques.
Jesus começou o confronto de Wembley como um atacante ortodoxo e não conseguiu acertar uma única chance no jogo.
Agora, de todos os atacantes que participam em Lisboa, Jesus é o que tem maior acerto no passe (86,5%), mas é nos gols que será julgado.
O brasileiro marcou seis gols em sete jogos na Champions League e Guardiola diz que tem que lidar com a pressão de ter que balançar as redes.
“O importante é que Jesus tem que conviver com essa pressão aqui, porque ele é um atacante e tem que fazer gols”, disse Guardiola no mês passado. “Isso é normal em grandes clubes do mundo todo".
Jesus nem sempre gostou de ser o homem do ataque, principalmente quando está em uma seqüência sem gols e admitiu que a pressão o atingiu no passado. Mas o City precisa de seu talento e com cinco gols em suas últimas sete partidas, não pode haver desculpas.
A equipe inglesa entra em campo neste sábado (16) contra o Lyon, a partir das 16h (de Brasília), pelas quartas de final da Champions League. O vencedor encara o Bayern de Munique na próxima semana.