Mario Gotze, jogador do Borussia Dortmund, fez um relato exclusivo ao site The Players Tribune, revelando curiosidades de extrema importância em sua carreira, como depressão durante o Mundial de 2014 e nervosismo em sua estreia com Jurgen Klopp.
Entre seus relatos, Gotze começa dizendo sobre sua relação com o atual técnico do Liverpool, que foi o seu primeiro treinador profissional no Dortmund.
“Quando eu tinha 17 ou 18 anos e não dava 100% nos treinos, ele era muito intimidador. Ele costumava vir correndo até a minha direção e começava a gritar comigo. Eu não consigo traduzir perfeitamente do alemão, mas vocês sabem como ele falava, com os dentes afiados: ‘Você tem que ter mais paixão! Você tem que dar tudo! P****! Vamos!’. Então, depois do treino, ele ficava completamente calmo de novo, e vinha do meu lado dizendo: ‘Mario, como você está? Vamos falar sobre a vida. O que está acontecendo? ’”, relembra o jogador.
Um fato que marcou a trajetória de Gotze na seleção da Alemanha foi, certamente, o gol que deu à sua equipe o título do tetracampeonato na Copa do Mundo de 2014, sediada no Brasil. O meio-campista relembra que viveu uma depressão antes da final contra a Argentina, no Maracanã.
“A vida é estranha. As pessoas falam sobre aquela Copa e o meu gol na final, e eu acho que elas se esquecem o quanto aquele torneio foi ruim para mim até o último momento. Agora, todos se esquecem de que eu fui substituído no intervalo do jogo contra a Argélia nas oitavas de final. Mas eu não esqueço. Eu não comecei nas quartas de final contra a França. Não joguei a semifinal contra o Brasil. Eu gostaria de poder dizer que era maduro quanto a isso, mas eu provavelmente fiquei mais triste do que em qualquer outro momento na minha vida. Não havia nenhum lado postivio para mim. Antes da final, eu estava realmente depressivo”, diz o jogador.
“Não era possível saber o que viria a acontecer. Para mim, o gol é a parte menos importante daquilo. Chutas a bola... já havia feito isso centenas de vezes. O gol é uma consequência da decisão que tomei no quarto do hotel, de parar de ficar triste com o que havia acontecido e focar em treinar muito antes da final”.
Por fim, a última lembrança que Gotze comenta foi a partida de novembro de 2009, contra o Mainz, na qual ele estreou em campo pelo Borussia.
“Jurgen Klopp me chamou do banco de reservas aos 43 minutos do segundo tempo para a minha estreia. Imagine, 17 anos de idade. Foi loucura. Levantei-me do banco e corri, olhei para a arquibancada amarela e todos os torcedores e, sinceramente, estava tão nervoso que achei que poderia sujar minha calça antes de colocar o pé no gramado. Tenho que agradecer a Klopp por essa chance. Esse foi o começo da história”, conclui.