Emprestado ao Grêmio até o fim de 2020, Caio Henrique está a detalhes de deixar o Tricolor, com apenas cinco jogos disputados, para voltar ao Atlético de Madrid – clube que detém os seus direitos. O pedido do técnico Diego Simeone tem um caráter de urgência que o Tricolor Gaúcho não esperava.
Tudo bem que ninguém conseguiria prever a pandemia da Covid-19, que teve como uma de suas várias consequências a interrupção dos jogos de futebol em vários países, inclusive o Brasil. Ainda que tivesse acordado um empréstimo até o fim deste ano, uma cláusula que permite a Caio retornar ao Atleti, sem nenhum tipo de multa a ser paga ao Grêmio, já deixava no ar a possibilidade de o brasileiro ser convocado por Diego Simeone no segundo semestre.
Mas por que o Atleti o emprestou de novo? Caio passou a ser lateral no Fluminense e agradou (Foto: Lucas Merçon/Fluminense FC)
Revelado pelo Santos como meio-campista, Caio Henrique acabou virando lateral-esquerdo por força de necessidade em um Fluminense que sofreu com lesões no setor em 2019. A mudança deu certo e o Atleti o cogitou em seu elenco no último mês de janeiro.
Entretanto, pesou o fato de o clube espanhol já ter extrapolado o número de jogadores não-europeus (com Arias e os brasileiros Felipe e Renan Lodi). Foi isso que impediu o seu retorno. Depois de passagens por Paraná e Fluminense, o terceiro empréstimo o levou ao Grêmio.
Acontece que o tempo passou e Caio Henrique agora está perto de conseguir, enfim, o seu passaporte europeu. O retorno antes do previsto em seu contrato, contudo, também tem outras razões.
Carência de posição e polivalência Renan Lodi, titular na lateral-esquerda do Atleti
Simeone deseja, em primeiro lugar, ter Caio Henrique como opção a Renan Lodi (brasileiro que é o titular na lateral canhota), uma vez que a equipe espanhola não conta com outro nome pronto para exercer a função – o zagueiro Mário Hermoso vinha sendo utilizado, de forma improvisada, pelos flancos na ausência de Lodi.
Além disso, Caio Henrique teria duas especialidades: além da lateral-esquerda, onde começou a brilhar recentemente, poderia ser eventualmente utilizado como meio-campista. Afinal de contas, quando o comprou junto ao Santos, em 2016, o Atleti o fez por apostar na capacidade do brasileiro no meio.
Sem ter um especialista para brigar por posição com Lodi, e vendo que agora Caio Henrique está a detalhes de tirar seu passaporte europeu, o Atlético de Madrid juntou a fome com a vontade de comer; a urgência com a oportunidade óbvia de não precisar gastar dinheiro para ter um bom jogador em uma posição carente.