Desde o início de seu trabalho no Grêmio, para reforçar a equipe, o técnico Renato Gaúcho costuma apostar em jogadores com história no futebol mas que estão em baixa em suas carreiras. É claro que nem sempre a estratégia dá resultado, mas na maioria das vezes o treinador consegue recuperar os jogadores.
Como se diz no jargão do futebol, o comandante do imortal é um treinador “boleiro”, que conversa de igual para igual com os atletas e conhece como poucos o funcionamento de um vestiário. Além disso, Renato é um dos maiores ídolos da história tricolor - não à toa tem uma estátua em sua homenagem - e tem enorme respeito e respaldo para colocar seu trabalho em prática.
Mas o reconhecimento pelo trabalho de recuperar jogadores veio muito em função da Libertadores de 2017 e, em especial, da final da competição, contra o Lanús, da Argentina. O Grêmio venceu os dois confrontos contra os argentinos - naquele ano a final da competição ainda era decidida em dois jogos - e levou o título sul-americano.
Mais do que isso, aquela final foi decidida por vários personagens questionados pela torcida e pela imprensa, jogadores bancados por Renato Gaúcho, que sempre garantiu que recuperaria o bom futebol dos atletas.
O primeiro jogo entre Grêmio e Lanús foi em Porto Alegre. A partida foi difícil, disputada, como uma final de Libertadores entre Brasil e Argentina deve ser. Após quase levar um gol no primeiro tempo, Renato mostrou sua estrela e colocou os questionados Cícero e Jael no segundo tempo. O volante era desacreditado por conta de sua idade, e o centroavante por sua qualidade com a bola nos pés.
Então, aos 82 minutos de jogo, a bola foi lançada na área, Joel ganhou no alto e escorou de cabeça para Cìcero, que não perdoou e mandou a bola para as redes, selando a vitória por 1x0. Com a vantagem, o Grêmio foi à Argentina para a partida decisiva.
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Durante os 90 minutos o time brasileiro foi melhor e mereceu vencer, mas, novamente, os gols vieram de maneira inusitada. Ainda no primeiro tempo, o zagueiro do Lanús vacilou na frente de Fernandinho, que roubou a bola, antes da linha de meio campo, e deu uma arrancada fantástica, finalizando com força, sem chances para o goleiro. O atacante sempre foi conhecido por sua velocidade, mas nunca conseguiu se firmar como um grande jogador. Era mais um atleta bancado por Renato.
Poucos minutos depois, Luan pegou uma bola na entrada da área, passou por três defensores e finalizou de cavadinha, marcando um golaço que lhe rendeu o título de melhor jogador da América naquele ano. Apesar de sua qualidade, o jogador era criticado por não conseguir ser decisivo. O gol sacramentou o terceiro título da Libertadores do Grêmio.
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Daquela campanha vitoriosa, ainda fizeram parte do elenco Lucas Barrios, contrato após fraca passagem pelo Palmeiras, Cortês, Maicon, Ramiro, Bressan, Marcelo Oliveira e Léo Moura. Todos chegaram com grande desconfiança da torcida e foram bancados por Renato, que sempre garantiu que recuperaria o futebol dos jogadores.
Desde então o comandante tricolor consolidou sua fama de recuperar os “desacreditado”. No elenco atual, Thiago Neves e Diego Souza são as novas apostas. Se vão dar a volta por cima ninguém sabe, mas como em time que ganha não se mexe, não é bom duvidar de Renato Gaúcho.