Saída de Douglas para o Manchester City é um grande prejuízo técnico para o Vasco

Por Tauan Ambrosio 

A notícia de que Douglas Luiz teve a sua rescisão de contrato oficializada no BID da CBF, e do acerto por cerca de 13.3 milhões de euros (aproximadamente, 49 milhões de reais ao câmbio atual) com o Manchester City, pegou os torcedores do Vasco – e demais fãs do futebol – de surpresa.

Embora o Vasco não tenha confirmado ainda a venda, ela está próxima de ser oficializada e o jogador de 19 anos pode ser emprestado para o futebol espanhol antes de vestir a camisa azul do clube treinado por Pep Guardiola.

Mas qual é o tamanho do prejuízo técnico do Vasco, sem um atleta que apesar da pouca idade vinha mostrando um futebol de veterano ao longo da temporada? Levando em consideração os números do meio-campista no Brasileirão, o torcedor vascaíno tem motivos para se preocupar em um primeiro momento.

Afinal de contas, Douglas vinha sendo o grande motor cruzmaltino: era aquele jogador que retomava a bola em seu campo, melhorava a qualidade do passe e ainda buscava chegar com perigo nos arredores da área adversária. Resumindo: era o que no Brasil passou a ser chamado de ‘todo-campista’ deste Vasco.

De longe, Douglas é o jogador que mais vezes buscou o jogo para a equipe de São Januário [incríveis 588 toques na bola]. Aproveitava a energia demonstrada por Jean – maior ladrão de bolas do Brasileirão até aqui – para recuperar o esférico e ser o principal combustível no desenrolar da fase ofensiva do jogo cruzmaltino. Isso fica atestado pelo grande número de retomadas de posse feitas pelo menino de 19 anos: 84, inferior apenas a outros três jogadores na Série A.

E ainda que não seja por natureza um meia criativo, Douglas ajudava o Vasco a chegar com um perigo maior ao ataque. No Brasileirão, por exemplo, apenas Nenê criou mais chances de gols do que o novo Citizen [26 a 15].  Somente Luis Fabiano acertou tantos arremates no alvo [10, sendo um gol anotado], e ninguém teve tanto sucesso em passes no campo adversário [276].

É lógico que o grande protagonista deste Vasco é Nenê, que ainda tem a ajuda de Mateus Vital na parte mais criativa e de Luis Fabiano para finalizar. Mas Douglas vinha sendo o pulmão do time no respiro de ajudar a tirar a bola do campo de defesa para o alívio de leva-la ao ataque. Ainda que tenha sido a maior venda da história do Gigante da Colina, a sensação que fica com a transferência para o City é de que Douglas tinha potencial para mais.

Na questão técnica e tática, o prejuízo é certo para o time de Milton Mendes.