Apesar de não ter conseguido conquistar a Copa do Mundo, a Holanda surpreendeu na edição de 1974 com seu futebol moderno, tanto pelo desenho tático, quanto o conceito de jogo. A seleção comandada por Cruyff influenciou decisivamente tanto a mudança que estava ocorrendo como a que ia ocorrer na filosofia de alguns clubes, como o Ajax e o Barcelona, incluindo o Milan de Sacchi.
O conjunto holandês baseava seu futebol em um aparente 4-3-3 que se transformava constantemente graças ao grande poder físico da equipe. Isso permitia a recuperação da bola por meio de uma pressão esmagadora no rival. Em superioridade, provocando uma construção imediata do ataque usando muitas tabelas e muitos toques no meio campo, mostrando, assim, um extraordinário amor pela bola e pelo controle.
Outra das chaves era a mobilidade, tanto na defesa quanto no ataque. Tudo era equilibrado com pausas e moderação, buscando o melhor jeito para desestabilizar o oponente. Como uma fera esperando um vacilo da sua presa.
Na defesa, os movimentos organizados eram perfeitamente orquestrados e muito rápidos. Deixavam os rivais impedidos, encurtando espaços e destruindo as possibilidades do time adversário construir boas jogadas.
Se tratava de um futebol total no qual todos atacavam e todos defendiam. Outro fator que surpreendeu foi a chegada de surpresa dos zagueiros. Isso provocava uma inversão de papeis, obrigando que alguém – inclusive um atacante – fosse ocupar a zaga momentaneamente. Uma aparente desorganização perfeitamente estudada que ficou clara no primeiro gol da final diante da Alemanha Ocidental, a única seleção que conseguiu parar o (quase) perfeito desenho da 'Laranja Mecânica'.