Roberto Firmino fez uma boa Copa América, terminando a competição como líder em assistências e se colocando de vez entre os titulares da seleção brasileira treinada por Tite. Entretanto, a impressão era a de que ainda poderia fazer mais. Afinal de contas, no Liverpool ele é um dos maiores destaques da equipe que encanta a Europa e é o atual campeão da Champions League.
Sob o comando de Jürgen Klopp, Firmino atua centralizado no ataque desenhado em um 4-3-3, mas não faz o papel de centroavante: recua muito no campo, praticamente como um camisa 10, abrindo espaço para as infiltrações de Mohamed Salah e Sadio Mané. Foi desta forma que, nos últimos dois anos, colocou-se como provavelmente o melhor brasileiro jogando no Velho Continente – temporadas em que Neymar não conseguiu jogar completamente, por causa de lesões.
“Hoje jogamos numa composição com quatro no meio de campo. O quarto homem é o Firmino. É um desenho diferente do que tinha antes. Essa construção exige tempo até coordenar, desenvolver a criatividade, explorar os flancos como quero. Para cada um acompanhar o raciocínio do outro, facilitar a possibilidade entre eles”, disse Tite em entrevista concedida na véspera do amistoso.
Este desempenho fez com que Tite pedisse para Firmino atuar de forma parecida pelo Brasil, recuando para as infiltrações de Neymar e Richarlison – os titulares contra os colombianos. O desenho do time só não seria igual à do Liverpool por causa da participação de Philippe Coutinho, mais avançado, configurando a seleção em um 4-1-4-1.
Firmino demonstrou grande inteligência em suas movimentações sem a bola, buscando muitas vezes os espaços que não eram cobertos pelos colombianos. Entretanto, o atacante não conseguiu decidir como muitos esperavam – e como já vem fazendo neste início de temporada pelo Liverpool, na Inglaterra. Substituído somente na reta final do segundo tempo, arriscou apenas uma finalização.
Também criou uma oportunidade, mas em situação em que o chute teria sido a melhor escolha. Ao hesitar, deixou a impressão de uma certa falta de confiança, já que no primeiro tempo, sem querer, acabou “impedindo” um lance que provavelmente terminaria em gol para a seleção – quis o destino que Roberto estivesse na direção de uma boa finalização de Neymar. Um prato cheio para as críticas de quem não acredita no grande potencial que Roberto Firmino pode entregar à seleção, mas em sua defesa o time de Tite não teve um grande destaque contra os colombianos: apesar da assistência para Casemiro, em escanteio, e do gol marcado, Neymar ainda demonstrou uma óbvia falta de ritmo; Coutinho fez um lançamento espetacular no lance do segundo tento e apesar de ter sido um dos que mais tentou, também não chegou a encantar.
No empate com a Colômbia, não houve nenhum grande destaque. O Brasil volta a entrar em campo nesta quarta-feira (11), contra o Peru.