Piqué não tem dúvidas. Não contempla outra possibilidade que não seja retirar-se como 'culé', mas não irá prolongar a sua carreira no Barcelona de forma artificial. Foi uma das muitas revelações que fez na extensa entrevista concedida ao 'El País'.
Por exemplo, falou do seu futuro, da sua retirada, uma possibilidade que cada vez passa mais pela sua cabeça. ''Irei retirar-me no Barça. Isso é garantido. O que não aceitarei é retirar-me sendo suplente'', avisou.
''Vamos ver, se são os últimos três meses de uma temporada e é a minha vez, tudo bem. Mas um ano inteiro no banco? Não, não me apetece'', deixou claro um Piqué decidido.
Os anos pesam, é inegável. ''No outro dia vi o recorde que era o mais velho a marcar um golo europeu com o Barça e deprimi-me. Preferia não ter marcado...'', reconheceu.
''Depois vi que era o defesa com mais golos na competição junto de Roberto Carlos e aí já me senti melhor. Muito melhor. Mas não me sinto velho. Claro que tenho uma idade e quando veja que não sou tão importante como sempre fui, vou me embora'', continuou.
''Não seu, continuo a ter o Gerard rebelde e criança que faz as mesma piadas. E quando estou bem fisicamente, noto. Não serei o mais rápido, mas posso competir contra os melhores sem me sentir inferior. Enquanto assim for, jogarei'', comentou.
Também falou do passado, e de uma maneira surpreendente. ''O triplete de 2014-15 saiu-nos mais caro que nunca. Em janeiro desse ano, a intenção de voto para Bartomeu era menos de um 1% e depois venceu'', revelou.
''É uma lição para os sócios de que os resultados não são tudo. Por ganhar o triplete, por seis meses muito bons em campo...O clube não é só o que acontece em campo'', lamentou o central.
''Tem um valor enorme, mas há outras coisas. E a situação em que o clube está é evidente que foi pela gestão dos últimos anos. O COVID-19 dá para esconder algumas coisas, mas não para esconder tudo. É a verdade, verdade crua e dura'', insistiu, num ataque à anterior direção.
Naturalmente, Piqué também falou de Messi: ''Entendo de números, mas o tema do 'Fair Play'' custa-me a entender. Não sei. Eu sento-me com o presidente e tenho claro que sim ou sim que tenho de chegar a um acordo porque senão não se pode inscrever nenhuma contratação'', relatou.
''E penso que se Leo renovasse os números seriam muito complicados...Não sei se era viável ou não fazendo todos um esforço monumental. Não tenho a informação'', acrescentou a respeito da tentativa de renovação com Messi.
Fez ainda uma análise ao Clássico. ''Devemos pressionar e ser nós mesmos mais que nunca. É uma equipa muito parecida à dos últimos anos'', disse sobre o rival.
''Se trocarmos bem a bola, acho que poderemos fazer dano, também pressionando alto. A eles não lhes custa defender como qualquer grande porque costumam-se sentir mais fortes com a bola''.
E acabou demonstrando que, por mais anos que passem, ele continua a ser sempre p mesmo. ''(O Clássico) continua a ser o jogo que mais me motiva'', disse para finalizar.