Jogador de origem curda questiona posição de Ozil e manda recado contra “racismo e fascismo”

A aposentadoria do meia-atacante Mesut Ozil da seleção alemã, em decisão do próprio jogador, levantou uma série de polêmicas. Sentindo-se perseguido por setores da Alemanha pelas críticas feitas depois que ele tirou uma foto com o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, antes da Copa do Mundo, o atleta levantou a bandeira do racismo – questão delicada pelo grande número de imigrantes turcos, como seus pais.

No entanto, existe um outro lado. Isso porque Erdogan, o presidente abraçado por Ozil, é o responsável por uma série de ataques aos curdos que moram na Turquia. E de forma a questionar as atitudes de Ozil, um atleta alemão de origem curda foi às redes sociais pedir que o camisa 10 do Arsenal explique melhor as suas visões políticas.

“Por que você não faz isso quando tem mais e mais ataques racistas e fascistas na Turquia, contra mim, ou nos curdos e outros jogadores que pertencem a minorias?”, questionou Deniz Naki, que foi obrigado a se aposentar e inclusive sofreu um atentado por se manifestar contra o “racismo e fascismo” oriundos do governo Erdogan.

“Você diz que achou as explicações da federação alemã erradas. Na Turquia, a carreira de um jogador foi terminada. Uma pessoa que briga pela paz foi rotulada como terrorista. O que você acha disso?”.

Deniz Naki teve passagem pelo St.Pauli, mas está sem jogar no momento

“Porque aqueles que te enxergam como ‘nativo’ me veem como terrorista? Por que aqueles que apoiam as suas raízes turcas não me aceitam como curdo? Aqueles que vão lhe receber de braços abertos na sua próxima viagem para a Turquia serão exatamente as mesmas pessoas que me atacam de forma racista. Não existe distinção entre fascistas, eles são iguais em todos os lugares, em todos os países”.

“Peço que você não lute apenas contra o fascismo e racismo na Alemanha, mas também contra qualquer tipo, no mundo todo. Peço que você passe a ter mais atenção com os curdos que sofrem com o racismo na Turquia, e o combatem”, finalizou.