Líder isolado do Brasileirão e finalista da Copa Libertadores, Jorge Jesus acredita que o trabalho a curto prazo no Flamengo já o credencia a sonhar com uma possível oportunidade no comando da Seleção Brasileira no futuro próximo. Uma situação que merece sim ser discutida, desde que, segundo Gilberto Silva, seja feita de forma mais racional e menos emocional.
"Tudo é possível. A questão principal, na minha visão, é a competência do profissional. É preciso sempre levar em consideração a competência do treinador. Um estrangeiro na nossa seleção seria um fato inédito, né? Não acredito que isso aconteça por ora, mas no futuro nunca se sabe", explicou o ex-volante de Atlético-MG e Arsenal, em entrevista à 'Goal'.
"Lá atrás, falaram de Guardiola, então tinha um peso, visto o que ele fez e faz na Europa. Agora falam dele [Jorge Jesus], que faz um bom trabalho no Brasil, mas acaba por ter uma restrição, o que é compreensível. São pesos diferentes. O processo de avaliação é muito importante nesta discussão. O debate precisa ser racional, não podemos deixar a linha emocional tomar conta", completou.
Aposentado desde 2015, o pentacampeão mundial com a Seleção em 2002, Gilberto Silva, por outro lado, acredita que o futebol brasileiro tem muito a aprender com o treinador português.
"O sucesso do Jorge Jesus, num grande clube como o Flamengo, acrescenta muito. Precisamos estar abertos para isso, porque às vezes o brasileiro é muito fechado quando tem pela frente novas ideias. É a hora de olharmos o que fazendo de bom e de ruim, o que podemos melhorar. Devemos aprender sempre", enfatizou.
Para Deco, que nasceu no Brasil, triunfou na Europa (Porto, Barcelona e Chelsea) e acabou por representar a Seleção Portuguesa, onde foi uma referência entre 2004 e 2010, JJ tem qualidade para eventualmente substituir Tite.
"Todo grande treinador pode vir a treinar a Seleção Brasileira. Por que não? Mas neste momento vejo que a Seleção tem um grande treinador, o Tite, um profissional que gosto muito. Se um dia acontecer de um estrangeiro assumir a Seleção Brasileira, não vejo qualquer problema. Já houve treinadores brasileiros em outras seleções. Acho que não há mais esta discussão hoje em dia no futebol", destacou o agora empresário, também à Goal.