Justiça de SP diz que email que salvaria Inter da queda era verdadeiro

Segundo a Folha de S. Paulo, a Justiça de São Paulo absolveu o empresário Francisco José de Godoy Antunes Ferreira no processo de adulteração de e-mails entre o Vitória e a CBF relacionados à transferência do zagueiro Victor Ramos do Palmeiras para o clube baiano. O caso é importante porque, em 2016, o documento foi usado pelo Inter para tentar comprovar que os nordestinos deveriam perder pontos pela escalação irregular do jogador, o que tiraria o Internacional da zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro de 2016. 

Na época, o time paulista contava com o defensor por meio de empréstimo junto ao Monterrey do México. No entanto, o questionamento em torno da saída dele do Verdão para o Leão é o que causou discórdia entre as partes.
O zagueiro Victor Ramos esteve em campo em 25 partidas do Brasileirão de 2016 com o Vitória 

A negociação do segundo empréstimo ocorreu fora do período de transferências internacionais, como deveria ter sido feita. A CBF considerou a transação como doméstica e, por isso, não haveria a necessidade de enviar os papéis para o México e aguardar o retorno dos mesmos para os baianos. Com base nessa avaliação, o pedido do Inter foi recusado e a equipe gaúcha foi rebaixada. 

Na época, uma troca de emails entre Reynaldo Buzzoni, diretor de registros da CBF, e Anderson Barros, então diretor do Vitória, foi usada como prova pelo Inter, mas a CBF considerou que a mensagem havia sido adulterada. "A supressão dos cabeçalhos, poucas palavras, nomes e frases, não fez alterada a compreensão da situação do atleta, não causando a quem quer que seja", disse a juíza Luciana Piovesan, da 27ª vara criminal de São Paulo, em sua decisão, segundo a Folha de S. Paulo.  

Na visão da magistrada, ficou comprovado que o Vitória atuou com Victor Ramos de maneira irregular pois ele não tinha o ITC (Certificado Internacional de Transferência). A troca de e-mails entre o então diretor de futebol do rubro-negro baiano, Anderson Barros e o diretor de registros da CBF, Reynaldo Buzzoni serviu como prova fundamental para o veredicto.

A diretoria do Colorado afirmou que prefere voltar as atenções para a disputa do título do Brasileirão deste ano, no qual está na vice-liderança, enquanto o departamento de futebol dos baianos e a CBF não se pronuciaram até o momento