O 'Caso Laporte' foi um dos pontos de maior fricção entre as federações espanhola e francesa. O zagueiro havia escolhido a Seleção da França e, por ser cidadão da União Europeia, nunca precisou de dupla nacionlidade. Mas isso estaria ponto de mudar.
A França havia apostado em Laporte. Internacional em todas as categorias inferiores, o então zagueiro do Athletic Club foi cogitado para defender a camisa da Espanha, mas quis ser fiel a seu país de nascimento.
O prêmio chegou em 2016, quando na Data FIFA de outro Deschamps o convocou para as partidas contra Bulgaria e Países Baixos, nas classificatórias para a Copa do Mundo da Rússia de 2018, na qual a França acabou ganhando.
Laporte, porém, não estreou. Nem na Data FIFA de março de 2017, quando foi convocado para um amistoso contra a Espanha. Ele nunca mais voltou a ser convocado por Deschamps.
Ele, por sua vez, continuou crescendo. O Manchester City o contratou em janeiro de 2018 por uma exorbitante quantia, e ainda que tenha demorado um pouco, acabou se adaptando e entregando o que querira Guardiola. Hoje ele é um dos maiores zagueiros do momento.
E, porém, a França parece ter se esquecido dele. A RFEF, atenta à situação, começou a se movimentar a pedido de Luis Enrique. E as negociações se aceleraram após a lesão de Sergio Ramos no começo do ano.
O jogador, consciente de que pode ser sua última oportunidade de ser internacional (na França, Varane, Kimpembe, Umtiti, Lenglet e até Jules Koundé parecem encerrar as chances), teria aceitado o chamado de Luis Enrique.
Sua nacionalização é oficial desde essa terça-feira, e na quarta-feira será publicada no Boletim Oficial. Era o mais complicado, mas resultou simples graças a todo o tempo em que esteve jogando no Athletic Bilbao.
Faltaria apenas a aprovação da FIFA à mudança de nacionalidade esportiva. Porém, diferente de outros casos, como o mais sonoro, o de Munir, Laporte não chegou a estrear com a França.
A 'La Roja' precisa de zagueiros para a Eurocopa e, com Sergio Ramos lesionado, Luis Enrique precisa de um quarto homem que complemente Eric García, Pau Torres e Iñigo Martínez. Há muitas opções, mas a de Laporte é um velho desejo da Espanha.