O Real Madrid, líder do Campeonato Espanhol, enfrenta neste domingo o Espanyol, lanterna da competição. Na véspera da partida pela 32ª rodada, Zinedine Zidane avaliou a reta final da temporada durante entrevista coletiva realizada à distância.
“Faltam sete finais e nada vai mudar por termos vencido os quatro jogos anteriores. Temos de continuar com aquilo que estamos fazendo. O Espanyol vai criar dificuldades e está sedento de pontos. Sabemos o jogo que nos espera, teremos de estar concentrados e perceber que se trata de outra final. Vamos dar o nosso melhor", comentou o técnico.
Zidane diminuiu a importância do fato de enfrentar o lanterna. "Não nos vamos iludir. Sabemos o contexto; joga o primeiro contra o último, mas isso no futebol não significa nada e é preciso demonstrá-lo em campo. Eles querem conquistar os três pontos em casa. No jogo ante o Mallorca aconteceu o mesmo. Sabemos o que queremos e temos de encarar o jogo com determinação e procurar ganhar os três pontos. O Espanyol vai procurar fazer exatamente o mesmo", afirmou o francês.
O futuro como técnico
O treinador foi perguntado sobre o que pensa para o seu futuro. “Não vou treinar mais 20 anos, vou me aposentar antes disso. Como sou um treinador atípico, pode acontecer de tudo. Comigo será assim. Não tenho nada planejado na minha cabeça. O dia a dia é que me dá ânimo. Depois farei outra coisa. Na minha cabeça sempre fui futebolista. Joguei 18/19 anos e quando me perguntavam se iria ser treinador dizia que não e aqui estou nessa funções. É muito desgastante. Sinto-me melhor futebolista do que treinador. Estou contente com aquilo que tenho feito, mas o mais alto a que você pode aspirar é encerrar a carreira de jogador no Real Madrid”, respondeu Zidane.
“Tenho a sorte de poder estar neste clube e treiná-lo. Temos sempre de acreditar no que fazemos, desfrutar de tudo o que tenho e não do que não tenho. Vivo o dia a dia. Tenho a sorte de treinar os melhores. Isso acontece quando se está no melhor clube do mundo. Estou a desfrutar muito nos jogos, mas ainda mais nos treinos", acrescentou o técnico.
“A realidade é que estou no melhor clube do mundo e penso unicamente naquilo que faço. Não penso no que se vai passar no futuro. Quando se perde, és criticado, mas isso não muda nada. Estamos bem, a ganhar, mas ainda não conquistámos nada. Estamos a trabalhar bem e em força, juntos pelo mesmo objectivo e com as atenções centradas naquilo que podemos controlar. Neste caso, o meu futuro é o que menos interessa".
A filosofia e a exigência
Entre atacar e defender, há uma prioridade na filosofia do francês. “Para mim, que gosto mais de jogar futebol, o aspecto defensivo é o mais importante. Temos a vantagem de ter a defesa que temos e jogadores comprometidos com aquilo que estamos fazendo. Defender não é coisa apenas para quatro ou cinco jogadores; é uma questão que envolve todos. A fortaleza e a atitude da equipe são muito importantes termos êxito", comentou.
“Não mudamos nada, inclusive os jogadores durante 60/70 dias não puderam fazer muita coisa com bola nas suas casas. Mas o retorno aconteceu numa boa altura, pois a equipe tem mais fome de bola e isso reflecte-se em campo e nos treinos", disse Zidane.
“Sabemos onde estamos e as dificuldades que isso implica, mas nada vai mudar. O importante é a dinâmica de cada dia e até agora tem sido boa. Temos de continuar assim. Há equipes que regressam com mais dificuldades do que outras que se apresentam melhor, mas estamos todos no mesmo barco. Temos muitos jogos e o respectivo desgaste. Há que recuperar bem e pensar nos detalhes. Faltam-nos sete jogos e, para já, pensamos apenas neste frente ao Espanyol", projetou o técnico.
Vinicius Jr. e a dupla Ramos-Varane
“Todos os jogadores sabem onde estão e é natural que em cada parcela do seu trabalho apresentem altos e baixos. É assim a vida. Quando estás um pouco em baixo, aquilo que tens de fazer é trabalhar. Estamos a atravessar um bom momento e o Vinicius Jr. também. Tem 21 anos e muita margem de progressão. Mas aqui a parte boa é que todos olhamos apenas para a equipe".
Sobre a dupla de zaga, o técnico só tem elogios. “Não gosto de falar de um jogador em particular, porque o importante é a equipe, mas ambos têm feito um percurso excepcional no clube e é um motivo de satisfação. São dois jogadores que oferecem muita segurança e são uma garantia", concluiu.