Fernandinho é um dos grandes destaques do Manchester City, que luta pelo título na Premier League. O brasileiro, homem de confiança do técnico Pep Guardiola, encontrou em seu clube a energia necessária para responder em campo às críticas sofridas após a eliminação da Seleção Brasileira nas quartas de final da Copa do Mundo de 2018.
O meio-campista foi visto como o grande vilão na derrota por 2 a 1 para a Bélgica, na qual substituiu o titular Casemiro e fez um gol contra. Após o duelo, mais difícil do que digerir a derrota foi aguentar as ofensas raciais que tomaram as suas redes sociais. Palavras criminosas escritas na internet fizeram com que Fernandinho repensasse o seu futuro na Seleção, e justamente agora, em uma espécie de novo auge nas quatro linhas, o paranaense de Londrina provavelmente será presença na próxima convocação de Tite para os amistosos contra República Tcheca (em 26 de março) e um adversário ainda desconhecido (dia 22).
“Após a Copa do Mundo foi um período bem complicado pessoalmente. Por tudo que a eliminação envolveu, as ofensas e abusos vindos de pessoas, de parte da imprensa, tudo me deixou muito triste, chateado mesmo. E a partir do momento em que voltei a treinar, foquei totalmente no City e tive o sentimento de que não seria mais convocado. Isso se concretizou com as duas primeiras convocações do Tite, em que acabei ficando fora”, disse em entrevista para o Globoesporte.com.
Fernandinho, no lance decisivo contra a Bélgica
“Em novembro, quando eu soube que seria convocado, liguei para o Edu e o Tite, e disse que naquele momento eu não estava pronto, devido a um problema pessoal. Na minha cabeça eu pensava: e agora, o que faço? Volto ou não volto? Vou ou não vou? Estava passando por uma situação delicada, que nunca havia me acontecido, então pedi mais um tempo para pensar se voltaria ou não no futuro. Minha vontade sempre foi poder servir à Seleção”.
Sobre as ofensas raciais sofridas após a Copa do Mundo, Fernandinho destacou que sua mãe, irmãs e esposa foram as mais atingidas e classificou os autores das mensagens como ‘covardes’. No entanto, garante já ter a força, confiança e vontade para fazer o máximo com a camisa do Brasil, que neste 2019 recebe a Copa América.
Fernandinho, referência em um excelente Man.City
“Aconteceu muita coisa via rede social. Tive que deletar as duas últimas fotos que postei na época da Copa do Mundo porque o nível de ofensa era tão grande que eu não podia deixar online. São tantas pessoas que entram, tantas crianças, aquilo afetaria muitas pessoas de bem. Meus familiares sofreram muito. Minha mãe, minhas irmãs, minha esposa, todas sofreram algum tipo de abuso. Pessoalmente eu nunca sofri nada”.
“Esse tipo de gente que comete ofensas e abusos na rede social é totalmente covarde, se apequena numa situação de ofender à distância. Mas quem é ofendido ou abusado não deixa de sentir tristeza”.
“Se eu tiver a oportunidade de jogar a Copa América no Brasil irei com toda gana e vontade do mundo para vencer. Vou me preparar da melhor maneira possível, fisicamente, taticamente, psicologicamente, em todas as possibilidades de preparação, em busca desse título. Depois da Copa América, não sabemos como vai ser o futuro, mas enquanto eu tiver forças e condições, e chance de servir à Seleção, o empenho será sempre o mesmo”.