O Shakhtar Donetsk está montando aos poucos um time que promete dar o que falar no futuro próximo. Como de costume, as apostas são em jogadores brasileiros. A diferença é que agora os reforços provenientes do Brasil são ainda mais jovens, tendo quase todos menos de 20 anos.
Sem custos, chegaram o lateral-direito Dodô (20), ex-Coritiba e que atualmente está emprestado ao Vitória de Guimarães, de Portugal, e o meia-atacante Marquinhos Cipriano (20), ex-São Paulo. Na mesma época, os ucranianos também contrataram o ex-volante corintiano Maycon (21), por 6 milhões de euros, e o ex-atacante palmeirense Fernando (19), por 5,5 milhões de euros.
Para a sequência da temporada, mais uma promessa de origem brasileira desembarcou na Ucrânia: o meia-atacante Marcos "Bahia" Antônio (18), que foi revelado no Athletico Paranaense e estava no Estoril, de Portugal. Os valores da transferência, no entanto, são mantidos em sigilo pelas partes envolvidas.
"O Shakhtar é um grande clube, uma referência mundial por lançar jogadores brasileiros. Aqui já brilharam vários compatriotas, como Wilian, Douglas Costa, Alex Teixeira, Fernandinho, Fred e alguns outros que saíram para outros grandes clubes da Europa. A estrutura é muito top e os profissionais são acolhedores, entre eles o treinador Paulo Fonseca e o diretor de scouting José Boto. Ambos são portugueses, o que facilita bastante a comunicação no dia a dia", explicou Marquinhos Cipriano, em entrevista à Goal.
"A torcida ama muito os brasileiros, os jogadores ucranianos gostam muito de nós, o time joga com frequência a Liga dos Campeões e a Liga Europa, o que acaba por nos dar visibilidade... Graças ao Shakhtar, aliás, cheguei à seleção brasileira [sub-20]. Quero conquistar voos maiores e, claro, também dar muitas alegrias ao clube", completou.
O atacante Matheus Tetê (19), do Grêmio, caminha para ser o próximo jovem reforço brasileiro. Com a forte concorrência do Manchester City, o Shakhtar trabalha para pagar 10 milhões de euros de imediato, com possibilidade de desembolsar mais 5 milhões de euros por objetivos atingidos. O gremista vai ter pela frente uma briga por espaço no grupo com a recém-contratada joia israelense Manor Solomon (19), ex-Maccabi Petah Tikva, e o ucraniano prata da casa Mykhailo Mudryk (18).
Investir em brasileiros tem sido garantia de sucesso dentro e fora de campo. Na última década, por exemplo, o Shakhtar Donetsk, campeão da Copa da Uefa em 2008/09 (atual Liga Europa), recebeu cerca de 215 milhões de euros com a venda de apenas cinco atletas: Willian (35 milhões de euros, Anzhi Makhachkala-2013), Fernandinho (40 milhões de euros, Manchester City-2013), Douglas Costas (30 milhões de euros, Bayern de Munique-2015), Alex Teixeira (50 milhões de euros, Jiangsu Suning-2016) e Fred (60 milhões de euros, Manchester United-2018).
Apesar da preferência por talentos do Brasil, o Shakhtar busca hoje na medida do possível valorizar os atletas revelados na própria divisão de base e também o garimpo no mercado interno. Curiosamente, uma das "regras" no clube presidido pelo multimilionário Rinat Akhmetov é que o setor defensivo seja formado sobretudo por ucranianos. O zagueiro Valeriy Bondar (19), nome constante nas convocações da seleção sub-19, tem sido integrado aos poucos à equipe principal.
Brasileiros dominam o atual elenco
Há anos visto quase como uma espécie de extensão do futebol do Brasil na Ucrânia, o Shakhtar Donestk conta hoje com 11 brasileiros no elenco principal: o lateral-esquerdo Ismaily, o volante Maycon, os meias Alan Patrick, Marcos "Bahia" Antônio, Marquinhos Cipriano e Dentinho e os atacantes Wellington Nem, Taison, Júnior Moraes, Fernando e Marlos (naturalizado ucraniano).