Aprovada em 1995, a Lei Bosman mudou para sempre o futebol. Fruto de uma ação movida pelo belga Jean-Marc Bosman contra o seu então clube, Standard de Liege, a decisão permitiu que jogadores deixassem seus times após o final de seus contratos para assinar com outras equipes, além de derrubar as restrições relacionadas ao número de atletas da União Europeia nas escalações.
O processo foi iniciado em 1990, quando Bosman recusou uma oferta de renovação de contrato com o clube belga, que diminuiria seu salário em 75% do valor anterior. O ex-meia até recebeu uma proposta do Dunkerque, mas como o Liege não entrou em acordo com o clube francês, Bosman se viu “preso”, sem poder atuar ou se transferir.
Mesmo com seu contrato rescindido ainda em 1990 e a transferência para o Olympique Saint-Quentin da França, Bosman deu sequência no processo contra o Liege, que só teria fim em 1995, com a decisão a favor do belga, que resultou na Lei Bosman.
Constantemente citada como “o fim da escravidão no futebol”, a decisão deu aos jogadores a liberdade para trocar de clubes e de buscar contratos mais favoráveis financeiramente, além da possibilidade de atuar em outros países com mais facilidade, mas nem todos os desdobramentos foram positivos.
A Lei de Bosman também afetou o balanceamento da competição de forma negativa, já que times mais poderosos e tradicionais passaram a ter mais poder para seduzir jogadores, que deixavam seus times de formação sem o devido retorno financeiro.
Um dos exemplos emblemáticos é o do Ajax de 1995, campeão da Liga dos Campeões, que perdeu nomes de peso como Edgar Davids e Patrick Kluivert, tudo isso sem receber nada pelos craques, formados na base do clube holandês.
Hoje em dia, 25 anos após a aprovação da lei, seu enorme impacto ainda é sentido no mundo do futebol, seja com as melhores condições de trabalho para os atletas, como pelo abismo financeiro entre clubes de ponta e equipes de menor porte.