Léo deixou o Cruzeiro há 11 meses. Em que pese as declarações públicas de amor ao clube entre 2010 e 2021, a saída foi bastante conturbada. O defensor entrou em rota de colisão com a gestão de Sérgio Santos Rodrigues ao acertar a sua rescisão contratual e nunca recebeu nem uma parcela do acordo de R$ 10,5 milhões pelo distrato.
Hoje na Chapecoense, o defensor de 34 anos reencontra o clube mineiro em jogo válido pela quinta rodada da Série B do Campeonato Brasileiro. O jogo será disputado neste sábado (30), às 19h (de Brasília), na Arena Condá.
Em entrevista exclusiva à GOAL, ele ressaltou o carinho que tem pelo Cruzeiro, time o qual defendeu por 11 anos, com títulos relevantes — ele foi bicampeão brasileiro em 2013 e 2014 e bicampeão da Copa do Brasil em 2017 e 2018. Além disso, venceu quatro edições do Campeonato Mineiro (2011, 2014, 2018 e 2019).
"É um reecontro que mexe comigo. Todo mundo sabe da minha relação, do meu carinho com o Cruzeiro. Foram 11 anos jogando pelo clube. Eu tenho um carinho enorme pela instituição, pela torcida. Fui muito feliz durante a minha passagem e nunca escondi de ninguém que sempre fui um torcedor em campo. Sou muito grato pela história que construí no clube", disse em entrevista exclusiva à reportagem.
Apesar do carinho que nutre pelo Cruzeiro, Léo entrou em rota de colisão com a antiga gestão, liderada pelo presidente Sérgio Santos Rodrigues. O clube se dispôs a pagar R$ 10,5 milhões ao atleta em 60 meses a partir de junho de 2021 — o valor é referente a salários atrasados, FGTS (Fundo de Garantia sobre Tempo de Serviço) e outros direitos trabalhistas. Desde então, nem uma prestação sequer foi paga ao atleta. Ele, no entanto, não acionou o clube na justiça trabalhista para receber o montante.
Um dos motivos do conflito envolvendo Léo e a diretoria do Cruzeiro é que o defensor sofreu uma lesão no joelho direito e teve que fazer um trabalho de recuperação nos Estados Unidos. A forma como foi tratado na Toca da Raposa II em meio à recuperação da lesão o incomodou.
"Eu tenho um carinho enorme pela instituição, sempre tive uma admiração muito grande. As pessoas que estavam lá em 2020 e 2021, eles não têm nada a ver com o Ronaldo — que é da gestão de hoje — foram responsáveis não tiveram respeito comigo, com a minha história e de outros jogadores. Eu fui impedido de treinar, de entrar no vestiário, fizeram um acordo comigo e não honraram os compromissos. É muito triste o que aconteceu", afirmou Léo em entrevista à GOAL.
Mesmo com todos os problemas com a gestão passada, Léo admite torcer pela volta do Cruzeiro à Série A e por um bom trabalho de Ronaldo Fenômeno na administração do clube que se transformou em SAF (Sociedade Anônima do Futebol).
"Eu torço muito para que a nova gestão, do Ronaldo, consiga colocar a casa em ordem, levar o clube para onde ele nunca deveria ter saído. O Cruzeiro merece voltar à elite, lutar por grandes títulos, é um clube gigante", comentou.
Ida para a Chapecoense
No fim de janeiro de 2022, Léo assinou contrato com a Chapecoense até dezembro de 2022. A sua transferência para o clube teve o presidente Nei Maidana como principal personagem.
"A vinda tem muito a ver com o presidente Nei Maidana. Ele foi importante para a minha chegada à Chapecoense. É um grande clube. Eu sempre respeitei e criei laços nos clubes que passei, foi assim no Grêmio, em que joguei desde a base, no Cruzeiro e quero que seja assim na Chapecoense. É um clube grande e que sonha em se recuperar e voltar a brilhar no Brasil. O clube passou por uma recuperação, assim como eu. Temos muito em comum, é um povo muito batalhador", concluiu.