Luizão e Mauro Galvão: símbolos de um Vasco gigante

A Goal Brasil entrevistou os ex-jogadores, confira como foi o bate-papo com Luizão e Mauro Galvão:
Duas décadas depois, quais são as suas princiais lembranças daquele título?
Mauro Galvão: "Foi uma competição muito importante, e uma conquista totalmente inédita por causa do centenário. Nós começamos mal, mesmo sem estar jogando mal. Depois do empate com o América do México que nós começamos a nossa recuperação. Tínhamos uma forma de jogar bastante agressiva. Era um time muito forte tanto em casa quanto fora"
Foi o auge da sua carreira?
Mauro Galvão: "Considero uma passagem muito boa, um ciclo. Nós não ganhamos um só título. Nós vínhamos com vários na sequência, e sempre disputando quase todas as finais. Foi uma fase muito boa, uma das melhores da minha carreira. Até hoje é um título muito lembrado, o Vasco é um clube de alcance nacional".
"Pra mim foi muito importante, porque em 1980 eu tinha chegado na final mas não venci com o Inter (derrota para o Nacional de Montevidéu). Eu tinha que buscar este título".
Mesmo com a sua idade, naquela época te pediam na Seleção... mas quem acabou convocado foi o Odvan, e as pessoas ironizam isso até hoje. Como foi aquela dupla de zaga?
Mauro Galvão: "O futebol é muito ligado ao folclore. O Odvan tem muitos méritos próprios. Foi uma dupla que encaixou, como dizemos no futebol, e não era normal porque ele vinha de um time pequeno e conseguiu se adaptar muito rapidamente. Se eu o ajudei a chegar na Seleção, fico muito grato por isso, mas acho que ele chegou lá porque jogava em um time muito forte, que conquistava muitos títulos".
Sensação de levantar aquele troféu
Mauro Galvão: "Sensação muito boa, de representar milhões de vascaínos. Nós trabalhamos muito para aquele título, e mesmo assim sabíamos que nem sempre o título ve quando há trabalho. Nós sabíamos o que estava em jogo, e a torcida do Vasco ajudou muito. Dentro de casa, transformou São Januário em um Caldeirão. Era um time bom dentro e fora de campo".
Como o time se comportava taticamente?
Mauro Galvão: "A gente dava muita liberdade para o Felipe, que atuava quase como um meia. O Nasa fazia a cobertura e ficávamos quase com três zagueiros quando enfrentávamos equipes com dois atacantes fortes. Mas não era um sistema fixo, dependia do adversário".
Como vê o Vasco atual, sofrendo na defesa?
Mauro Galvão: "Quando você começa um trabalho, precisa saber oq ue quer para a temporada e mudar o menos possível. O Vasco fez o contrário. Mudou muito, contratou uns jogadores que não são tão bons e fica a impressão de que eles são 'colocados' ali por alguém. Porque muitas vezes você vê que um jogador não foi bem em nenhum clube, e chega depois no Vasco. Se você viu que não é bom, não precisa trazer... e isso levanta algumas suspeitas. O Vasco não pode errar".
Quando imagina que esse feito será repetido?
Mauro Galvão: "Acho que hoje o Vasco tem coisas mais urgentes. Tem que acertar as coisas do clube, resolver os problemas políticos. Tem que resolver isso, pra ajudar a ter um time com mais condições de competir em alto nível. Só a união de todos os que querem o bem do Vasco pode resolver isso. Vasco ainda está muito preso às coisas do passado".
Você é o maior artilheiro do Vasco na Libertadores, fez gol no jogo do título... você se considera um ídolo do clube?
Luizão: “Eu me considero um ídolo porque a torcida do Vasco sempre me tratou bem, sempre que me encontram me tratam com alegria, me agradecem pelo título mais importante da história do clube. É um tratamento muito gostoso, maravilhoso”.
Qual o segredo para ser campeão da Libertadores?
Luizão: “O segredo da Libertadores? É acreditar em todas as bolas, e ter muita raça, muita determinação, muita vontade. E também existe predestinação. Eu acho que eu era um predestinado na Libertadores”.
Você conquistou alguns dos títulos mais importantes do futebol, mas qual é a importãncia daquela Libertadores na sua história?
Luizão: “Foi o meu primeiro título de grande expressão da minha carreira. Ano do centenário do Vasco, eu fui contratado para substituir uma dupla de ataque maravilhosa, que foi Edmundo e Evair, e eu e Donizete conseguimos substituir à altura e levamos o nome do Vasco ao topo da América”.