Mbappé pedirá exclusão do PSG das competições europeias

A guerra entre Mbappé e o PSG é total. Desde sua saída, o jogador passou a exigir diversos valores que, segundo ele, lhe são devidos como bônus de seu último contrato. No entanto, Nasser Al-Khelaïfi ainda se recusa a pagar, e o atual jogador do Real Madrid decidiu levar o conflito a todas as instâncias legais possíveis.
Delphine Verheyden, uma das advogadas do atacante de 25 anos, convocou uma coletiva de imprensa nesta quinta-feira, em Paris, para apresentar a versão de Mbappé e explicar a estratégia jurídica contra o PSG. Acompanhada de uma nova equipe de especialistas em direito civil e penal, ela afirmou que ainda há uma dívida de 55 milhões de euros com o jogador e que será feita uma ação judicial completa para que o clube cumpra o acordado em contrato.
"Aguardamos por um ano tentando uma solução pacífica, para que o jogador recebesse o salário que lhe pertence, como qualquer trabalhador. Mas isso não aconteceu. Fomos discretos até agora, mas é preciso reconhecer que Kylian ainda não recebeu os 55 milhões que lhe são devidos. Decidimos passar ao ataque. Montamos uma equipe com especialistas em direito trabalhista, mediação, penal e cível", afirmou Verheyden.
"O PSG age conforme seu próprio entendimento jurídico e não respeitou nem o direito comum, nem a justiça esportiva, em pelo menos duas instâncias", criticou a advogada. Além de iniciar os processos, ela também entrou em contato com a Federação Francesa de Futebol, solicitando que interceda junto à UEFA para que o PSG fique fora da próxima Champions League por não cumprir com suas obrigações financeiras.
Verheyden afirmou que Mbappé recorrerá a todas as vias da justiça esportiva, mas também ameaça apresentar uma denúncia por assédio moral e extorsão, caso não haja uma resolução.
"Mbappé ama o PSG, mas não tivemos outra opção senão chegar a esse ponto. Todos sabem o quanto é difícil perder um grande jogador, mas os contratos precisam ser respeitados por parte do empregador", lamentou.
"No caso de Kylian Mbappé, é simples. Ele chegou ao PSG no verão de 2017. Firmou um contrato de trabalho, que foi renovado na primavera (europeia) de 2022 por mais duas temporadas, com opção por uma terceira. Houve trocas, conversas, pressões... e agora tudo isso voltará à tona. Os contratos foram assinados. Eles foram cumpridos? Sim. Até o fim? Sim. Foram pagos? Não. O que falta? 55 milhões de euros", detalhou a advogada. Durante suas sete temporadas no Parque dos Príncipes, Mbappé disputou 308 partidas e marcou 256 gols.
Thomas Clay, outro advogado presente na coletiva, revelou que a equipe jurídica trabalha para que esses 55 milhões de euros (55.416.669, exatamente) sejam bloqueados preventivamente nas contas do PSG durante o processo.
"Também somos torcedores do PSG, mas não se pode dizer que estamos fazendo isso para prejudicar o clube num momento difícil. Eles vivem um ótimo momento esportivo, mas a questão aqui é como fazer valer a lei, pois ela está sendo desrespeitada", argumentou Clay.
Segundo ela, Al-Khelaïfi justifica o não pagamento afirmando que o jogador deu sua palavra de que não sairia gratuitamente, ao final do contrato. Como Mbappé acabou saindo sem custo de transferência, o clube alega que ele perdeu o direito aos bônus acordados.
"Ele foi ameaçado e afastado dos jogos por causa da carta que enviou, que era apenas uma formalidade — já que o clube já sabia que ele não continuaria", finalizou Verheyden.