O Palmeiras venceu o San Lorenzo na quarta-feira (8) e acabou a fase de grupos da Copa Libertadores não só como líder de seu grupo, mas com a melhor campanha entre todos os participantes. Como prêmio, poderá fazer o segundo jogo de todos os mata-matas em casa até a semifinal.
A final será em jogo único em Santiago, no Chile.
Mas será que, historicamente, acabar com a melhor campanha da primeira fase tem sido sinônimo de sucesso no resto do torneio? É sinal de favoritismo? Decidir em casa realmente faz toda a diferença na Libertadores? Veja como acabaram as campanhas dos líderes nas últimas dez edições do torneio:
2018 - Palmeiras (semifinal) - Perdeu fora e não reverteu
2017 - Atlético Mineiro (oitavas de final) - Perdeu fora e não reverteu
2016 - Atlético Nacional (campeão) - Reverteu uma desvantagem em casa
2015 - Boca Juniors (oitavas de final) - Suspenso
2014 - Vélez Sarsfield (oitavas de final) - Perdeu fora e não reverteu
2013 - Atlético Mineiro (campeão) - Reverteu duas desvantagens em casa
2012 - Fluminense (quartas de final) - Perdeu fora e não reverteu
2011 - Cruzeiro (oitavas de final) - Ganhou fora e perdeu em casa
2010 - Corinthians (oitavas de final) - Perdeu fora e não reverteu
2009 - Grêmio (semifinal) - Perdeu fora e não reverteu
Em apenas duas ocasiões o time de melhor campanha foi campeão, com o Atlético Nacional em 2016 e com o Atlético Mineiro em 2013. Muito mais comum foi ver times de melhor campanha caírem imediatamente no primeiro mata-mata: aconteceu com metade dos dez líderes na última década! Quatro times alcançaram ao menos a semifinal.
E há um agravante nesta lista: até a edição 2016 eram dois os benefícios dos times de melhor campanha. Não só eles sempre decidiam em casa como começavam jogando contra o time pior classificado da primeira fase. Era um duelo de líder contra décimo sexto e mesmo assim muitos foram derrotados.
Isso acontece porque a amostragem de uma primeira fase de Libertadores é pequena e caótico. O torneio começa muito cedo no ano e os times ainda não estão prontos, começos bons mascaram times com defeitos e começos ruins punem equipes que crescem ao longo dos meses com treinamento e entrosamento. Há também o fato de que tudo isso é decidido em apenas seis jogos e cada time tem desafios diferentes, há grupos mais fortes e outros mais fracos. Não é uma competição igual.
Por fim, não é uma regra absoluta do futebol que decidir em casa é melhor. Alguns técnicos e jogadores preferem construir um resultado em casa e depois decidir fora, podendo se aproveitar de contra-ataques. Há times que sentem a pressão de um resultado ruim no primeiro jogo e não sabem aproveitar o fator campo no segundo. Não é uma ciência exata, enfim.
Como qualquer competição de mata-mata, o que mais vale é errar pouco e saber se adaptar ao rival. Seja em casa, seja fora.