Micale pede mais liberdade para Luan: "jogo posicional não combina com ele"

Vivendo frande fase no futebol árabe, Rogério Micale concedeu uma entrevista exclusiva à Goal. No bate-papo, o treinador falou dos primeiros passos no comando do Al Hilal, da adaptação ao novo país e do legado olímpico. Você pode conferir a íntegra aqui.
Do ataque que buscou a inédita medalha de ouro, formado por Neymar, Gabriel Jesus, Gabigol e Luan, apenas o último vive um momento mais complicado na carreira e não atingiu o nível que se era projetado. Micale, no entanto, acredita que isso ainda é algo possível.
"Acredito que o Luan possa jogar em altíssimo nível sim, acho que a pessoa não desaprende, ele carrega isso. Mas ele precisa ser auxiliado. A moda hoje no futebol mundial e está acontecendo no Brasil é o jogo posicional. O Luan não encaixa dentro do jogo posicional. Ele é um grande jogador, que gosta de jogar onde a bola está. Ele é para fazer superioridade númerica em determinados setores. Essa é a melhor forma dele desenvolver o jogo dele", disse Micale.
"Esse jogo posicional, que muitas vezes tem que guardar determinados setores, ele pode ter uma dificuldade. Isso vai contra o que é o jogo brasileiro, que tem certa liberdade de ações, com responsabilidade, claro, cumprindo funções, mas com essa imprevisibilidade que eu acho que que é a cara do Luan", completou.
Micale lembrou que precisou buscar uma maneira de inserir Luan na equipe, já que o atacante não começou os Jogos Olímpicos entre os titulares.
"Eu passei por isso com ele. Ele não começou como titular, eu tive que mudar uma ideia de jogo, sair do posicional e ir para um jogo mais anárquico, como eu falo, em função do Luan. Eu puxei o Neymar para o meio, foi a pimeira vez que ele jogou assim e hoje joga mais por dentro até no PSG, e fiz o Luan de falso 9. O Luan flutuava entre as linhas, ele tem muito essa característica. Quando você coloca o Luan num cercadinho, ele vai ter muita dificuldade. Estou falando da parte técnica e tática, eu não sei dos bastidores, se tem algum problema porque isso influência".
No Corinthians desde o início de 2020, Luan chegou como grande esperança, mas perdeu espaço e terminou o ano em baixa. Ele soma 45 jogos, 30 titularidades, cinco gols e três assistências com a camisa do Timão.
Cogitado para uma possível negociação neste início de temporada, porém, o atacante chegou a receber chances do técnico Vágner Mancini nos últimos compromissos no Campeonato Paulista.