Philippe Coutinho vive o momento mais delicado de sua carreira desde que estourou como grande jogador no cenário europeu, em 2013, pelo Liverpool. Sem conseguir engrenar boas atuações com o Barcelona desde o final de 2018, o brasileiro reconheceu que precisa melhorar e suas exibições tem sido constantemente criticadas pela imprensa espanhola.
"Nas últimas semanas e meses, não tenho jogado bem, mas mantenho a vontade de fazer melhor", afirmou o próprio Philippe Coutinho semanas atrás. Nesta quinta-feira (22), o catalão "Sport" afirmou que o Barça começa a ficar impaciente com a situação do atleta revelado pelo Vasco da Gama: ainda acreditam que o carioca pode fazer o que se espera da maior contratação na história do clube (que pagou 135 milhões de euros para tirá-lo do Liverpool), mas já não descartam a possibilidade de negociá-lo no futuro.
Os primeiros momentos no Camp Nou foram positivos e o meia-atacante, que também pode atuar mais recuado no meio-campo, dava mostras de que poderia seguir em seu mais alto nível na campanha atual. O ponto de inflexão, entretanto, foi justamente quando tudo indicava que o camisa 7 voaria ainda mais alto. No final de outubro, com Messi ausente por lesão, Coutinho abriu a contagem nos 5 a 1 sobre o Real Madrid. Depois daquilo, de forma surpreendente, seu futebol só caiu.
O problema para Coutinho é que o momento da verdade não acontece apenas no Barça. Quando olhamos para o futuro da Seleção, a titularidade do jogador de 26 anos já começa a ser ameaçada: Arthur, Paquetá, Vinícius Júnior, Richarlison e David Neres são alguns dos nomes chamados por Tite nesta fase de rejuvenescimento da equipe nacional. Todos, de alguma forma, concorrem com Philippe e vivem momento melhor.
Na melhor fase de sua carreira, Coutinho atuou mais adiantado pela esquerda ou um pouco mais recuado no mesmo setor. Recuperando-se de lesão, Neymar deverá ocupar cada vez mais uma posição centralizada, como camisa 10 clássico. A ponta-esquerda parece estar reservada - com méritos, pelo que vem acontecendo no Real Madrid - a Vinícius Júnior, que só não vai fazer sua estreia pelo Brasil neste final de semana por causa da lesão que motivou seu corte. Um pouco mais atrás, Philippe vê em Paquetá (Milan) e Arthur (no próprio Barcelona) dois competidores em momento melhor pelos seus clubes.
Jogar aberto do outro lado, pela direita, não é problema para alguém da qualidade de Coutinho. Aliás, nos primeiros momentos sob o comando de Tite, foi exatamente pelo flanco destro que o carioca começou a garantir a sua posição como titular no caminho para a Copa do Mundo de 2018. No Barcelona é uma função impensável, já que é por ali que Messi e Suárez flutuam, trocando de posição desde 2014 e transformando a vida dos adversários em um inferno. Na Seleção, pode ser a sua tábua de salvação para não ver as oportunidades diminuírem ainda mais.
Neste sábado (23), contra o Panamá, é bem provável que vejamos Coutinho pela faixa direita do campo de ataque. Richarlison deverá alternar a ponta-esquerda com a referência, mais colado em Firmino, que por sua vez promete, levando em consideração o que faz no Liverpool, movimentação centralizada entre a função de centroavante e a de armador. Deixar uma impressão positiva será importante não apenas para alimentar a confiança de Coutinho, mas para garantir a sua longevidade vestindo a camisa canarinho neste momento em que boa parte das novas peças que estão chegando aparecem como seus concorrentes.