Quem acompanha esta coluna há algum tempo sabe que, desde 2015, quando o Flamengo tropeçava na desorganização de trocar de técnico a cada quatro meses, pedíamos uma chance ao técnico da base do clube, o então desconhecido Zé Ricardo. Ela veio no ano passado e com sucesso imediato. Porém, 14 meses depois, os dois lados, equipe e treinador, estavam desgastados e sendo prejudiciais um ao outro. É a hora da diretoria se perguntar: o que queremos para o futuro?
Zé foge totalmente o perfil boleiro e de técnicos que o clube se acostumou a ter. Estudioso, tranquilo e que conseguiu ter confiança de estrelas. Montou um esquema extremamente equilibrado, organizado e até certo ponto eficiente. Isso em 2016, porque este ano a equipe oscilou a temporada inteira. E agora, sem mostrar evolução, o desgaste acabou por atrapalhar o crescimento do Flamengo e do próprio treinador. Nunca fomos de pedir demissão de ninguém. Todavia, era nítida a necessidade de mudança.
Foram oito meses e o time não mostrava o crescimento esperado. Vale lembrar, entretanto, que mais uma vez jogadores chegavam e era montada uma equipe durante os campeonatos. Culpa do calendário nacional. Sem falar em graves erros de planejamento, como a renovação de alguns nomes que já deveriam ter ciclos encerrados no clube. Porém, mesmo assim, Zé Ricardo continuou com algumas convicções erradas, insistente em atletas que já se provaram incapazes de acrescentar algo e, pior, com pouca cobrança da direção.
Agora cabe ao Bandeira de Mello, junto da sua diretoria, questionar o que querem para o futuro do Flamengo. A temporada praticamente acabou. Os títulos que buscavam não virão mais, Libertadores e Brasileirão. Então, o que planejam para 2018? Qual deve ser a postura futebolística? Qual a filosofia vão querer que o time tenha? Qual a ideia de jogo? Qual o perfil do próximo treinador?
Entre as muitas opções, algumas até ultrapassadas para o Flamengo, como apostar num medalhão, a melhor solução é um nome internacional. Mesmo com o "filme queimado" do Brasil entre os sul-americanos, que não estão querendo mais vir para cá e depois de seis meses estarem demitidos, vale apostar em nomes como o colombiano Reinaldo Rueda (sem clube) e os argentinos Marcelo Gallardo, (Ríver Plate) ou Eduardo Coudet (Tijuana e ex-Rosário Central). Visão moderna de futebol e estilos que fogem dos medalhões.
Mas como falamos, apenas em 2018. Porque este ano já acabou para o 'Rubro-Negro'.
Texto por Bruno Guedes