O desabafo de Fábio e escolha definida no campo: a briga pela titularidade no gol do Cruzeiro

A vitória do Cruzeiro por 1 a 0 sobre o São Paulo, neste domingo (14), na estreia pelo Campeonato Brasileiro, no Mineirão, marcou o retorno de Fábio como titular no gol celeste. O goleiro, que antes do duelo com o Tricolor só tinha atuado uma vez em 2017, na vitória por 2 a 0 sobre o Democrata-GV pelo Campeonato Mineiro, em 9 de abril, quando a Raposa atuou com time misto, vinha sendo reserva de Rafael.

Fábio já estava treinando normalmente desde fevereiro, mas Rafael, com muita moral, vinha jogando muito bem e transmitindo segurança, foi mantido como titular, mesmo com o retorno do jogador que é um dos maiores ídolos da história do clube e o atleta que mais vezes vestiu a camisa estrelada.

Como não poderia ser diferente, a polêmica começou e não terminou. Muitos defendiam a volta de Fábio pelo ótimo goleiro que é e pela história, que deve ser respeitada, enquanto outros defendiam a permanência de Rafael, pelo talento, merecimento, profissionalismo e pela ótima fase.

Mano Menezes optou por não mexer no time em um momento importante do Campeonato Mineiro e também na Copa Sul-americana, e optou por voltar a escalar Fábio apenas no Campeonato Brasileiro. A polêmica, porém, continua. Quem deve ser o goleiro titular do Cruzeiro? O ídolo Fábio ou Rafael, que vem jogando muito bem?

O treinador celeste revelou que a decisão de manter Fábio no banco e voltar a usá-lo apenas no Brasileirão já tinha sido tomada há muito tempo, garantiu que não vai existir revezamento e também explicou como pretende escolher o titular.

"Acho que a posição é muito delicada para fazer revezamento. Há algum tempo atrás, quando o Fábio foi liberado totalmente e tecnicamente estava numa condição muito próxima de Rafael, eu precisava tomar uma decisão sobre a posição", explicou Mano.

"Chamei o Fábio, conversei com ele, mostrei que numa reta final de competição o risco era relativamente grande para fazer isso naquele momento, mas que, tão logo passasse, ele ia ter a oportunidade de defender a sua titularidade, que construiu com anos e anos com muito mérito no Cruzeiro. É um dos maiores ídolos senão o maior ídolo que nós temos no nosso grupo. É isso que fiz. Então o campo vai mostrar quem vai ser o titular do Cruzeiro", completou.

Fábio, por sua vez, desabafou sobre o período em que ficou na reserva. "Falei ontem para os jogadores e hoje, antes de entrar em campo. Na nossa profissão, de jogador de futebol, infelizmente o que vale é o presente. Não interessa quantos jogos você fez, quantos títulos você ganhou, a campanha que você fez. O que vale é o presente. E eu, na minha vida, sempre levei dessa forma", disse.

"A cada ano, sempre me dedicava mais para fazer tudo de novo, porque eu sabia a cobrança que ia ter, independentemente do que tinha feito no ano anterior. Sempre foi isso que me fortaleceu e me capacitou para ficar esse tempo todo como titular do Cruzeiro. A gente vai aprendendo que, infelizmente as pessoas não reconhecem a história, mas sim o momento e eu pude ver isso bem claramente", continuou.

"Deus me encheu de esperança, de força, de vontade de jogar, e mostrar que tenho potencial de jogar aqui no Cruzeiro, em outras equipes, pois sempre surgem especulações, e esse era meu objetivo: voltar, voltar bem e tive a oportunidade de estar novamente dentro de campo com a camisa do Cruzeiro", assegurou.

"Todas as situações foram colocadas bem claramente. Algumas situações é claro que eu não achei que foram coerentes, mas é como eu falei, não era mais importante a minha vontade e sim a vontade do Cruzeiro, do melhor para o Cruzeiro, para o grupo, e abri mão de achar que algumas coisas poderiam ser diferentes. E apoiei sempre, e a oportunidade apareceu novamente no Brasileiro", celebrou.

"Já estava meio que pré-determinado o Rafael terminar as competições que ele começou, e eu tenho que me colocar também no lugar do Rafael, que estava vindo de uma final de campeonato, e nada mais justo que ele jogar. Eu queria jogar, mas o mais importante era o grupo. Continuei trabalhando, independentemente da minha vontade, o mais importante era o grupo. Deus sabe o momento certo e era contra o São Paulo", concluiu.