Um dos melhores jogadores da história do futebol. Camisa 10, capitão, referência, craque, ídolo de toda uma nação e milhões ao redor de todo o planeta. Sua seleção pressionada, com as costas na parede, precisando da vitória e de responder os críticos. Você também pressionado para liderar seu país.
Lionel Messi já viveu essa situação anteriormente tanto por Barcelona quanto pela Argentina, e deu a resposta dentro de campo com atuações magníficas e históricas. Uma delas, por exemplo, foi a que colocou a Albiceleste na Copa do Mundo, quando o craque anotou um hat-trick e colocou a Albiceleste na Copa do Mundo.
É, para quem não se lembra, os hermanos só estão na Rússia por causa de Messi.
No entanto, nesta quinta-feira (21), o craque não deu a resposta.
A criticada e pressionada Argentina tinha um jogo decisivo contra a Croácia após empatar contra a Islândia na estreia do Mundial. Precisava da vitória. Precisava da resposta. E Messi também.
O camisa 10, porém, não deu a resposta, assim como a Albiceleste. E pior: teve uma péssima atuação.
No duelo de um time organizado, bem postado e com ótimos jogadores contra um amontoado que mais pareceu ter sido "juntado" de última hora, a Croácia humilhou a Argentina. O terceiro gol, de Rakitic, parceiro de Messi no Barcelona, lembrou vários dos sete sofridos pelo Brasil no 7 a 1 para a Alemanha, tamanha facilidade com que os croatas trocaram passes dentro da área hermana.
Modric controlou com o jogo mostrando sua maestria e classe habituais. Rakitic foi excelente e Rebic um pesadelo para a péssima, bagunçada e descontrolada defesa argentina.
No meio-campo, a Albiceleste também estava perdida, e o ataque inexistia. É claro que a ausência de um time e toda a bagunça dentro e fora de campo afeta o desempenho do craque, mas Messi também poderia ter feito muito mais.
O camisa 10 mostrou, além de um certo desânimo, carregar um fardo pesado demais. Não é de hoje que sabemos que o craque convive com uma pressão enorme e desproporcional na Argentina, mas ainda assim, ele fez pouco.
Durante a execução dos hinos nacionais, já dava pra perceber que algo não estava certo. Messi coçava sua cabeça e passava a mão nos olhos, não tinha a atitude habitual e natural para o momento.
Ao longo dos 90 minutos, foram apenas 49 toques na bola, 32 passes, uma finalização e duas chances criadas. Os números ajudam a provar o desempenho decepcionante do camisa 10.
As atitudes de Messi durante o jogo também mostram seu desânimo. Os gestos do hino nacional se repetiram várias vezes e, ao apito final, ele rapidamente deixou o campo sozinho.
O craque já mostrou sentir a frustração com os resultados e o peso da enorme e exagerada responsabilidade que tem nas costas em outras oportunidades, como no bico na bola contra a Islândia e a aposentadoria após a Copa América.
No entanto, não deixa de ser verdade que tudo isso que cerca o argentino contrasta com Cristiano Ronaldo. É claro que a pressão em Portugal é menor que na Argentina. A Albiceleste é uma potência futebolística, bicampeã mundial e quase sempre favorita nos torneios que disputa, ao contrário dos portugueses. Ainda assim, a diferença nesta Copa do Mundo tem sido notável.
Messi tem sentido o peso enorme que carrega, suas feições e suas atitudes provam isso, e suas atuações têm sido decepcionantes. CR7, por outro lado, mesmo com um time com desempenho tão ruim quanto o hermano, tem carregado sua seleção nas costas. Todos os gols lusos na Rússia foram marcados por ele, que é o artilheiro do Mundial.
O gajo decidiu contra a poderosa e favorita Espanha, e depois salvou seu time de um vexame contra o Marrocos, quando Portugal teve uma atuação pífia. Messi, por sua vez, decepcionou contra a Islândia e sumiu contra a Croácia, que humilhou a Argentina.
Não dá para vilanizar o camisa 10, que está longe de ser o culpado pelo vexame albiceleste. O trabalho de Sampaoli é horrível e a "equipe" não ajuda e poderia render muito mais. É exagero e injusto jogar a culpa em seus ombros. No entanto, Messi poderia fazer muito mais e não tem feito. Ele parece sentir a cruz, enquanto Cristiano Ronaldo a abraça e lidera Portugal.