O governo do Brasil cobra ações à UEFA após os insultos racistas contra Vinícius

O governo do Brasil expressou nesta quinta-feira sua "tristeza e indignação" pelos recentes insultos racistas proferidos na Espanha contra o jogador do Real Madrid, Vinícius Júnior e exigiu medidas à UEFA para deter esse tipo de manifestações.

O Ministério das Relações Exteriores afirmou em comunicado que "reiterará" ao governo da Espanha e às autoridades esportivas desse país a sua "preocupação" pelos contínuos ataques contra o jogador de futebol, e disse que se comunicará com a UEFA, organizadora da Champions.

"Enquanto não houver sanções penais e esportivas à altura, os racistas continuarão a agir e nenhuma campanha contra o racismo trará resultados efetivos", acrescentou.

O Ministério defendeu que o futebol brasileiro se baseia na multiculturalidade e na diversidade racial e afirmou que este esporte tem sido historicamente um instrumento de ascensão social para as pessoas mais desfavorecidas.

"É incrível que na segunda década do século XXI ainda exista um comportamento desse tipo. Toda a nossa solidariedade a Vini Jr. Ele merece todo o respeito e admiração por seu talento e competência; não essas manifestações de barbárie racista", declarou, por sua vez, nas redes sociais o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva.

Na quarta-feira, um grupo de torcedores do Atlético de Madrid chamou Vinícius de "chimpanzé" ao final de um jogo da Champions contra o Inter de Milão na capital espanhola.

"Espero que já tenham pensado em uma punição para eles, Champions e UEFA. É uma realidade triste que ocorre mesmo nos jogos em que não estou presente", respondeu o jogador nas redes sociais nesta quinta-feira.

O governo brasileiro já condenou em maio do ano passado "nos termos mais fortes" os insultos contra Vinícius Júnior e exigiu que as autoridades governamentais e do futebol espanhol, assim como a FIFA, adotem medidas "efetivas".